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Nicola Savarese fala do Oriente Teatral no Brasil

Publicado em: 07/12/2012 |

Uma aula de sabedoria e de como pensar o teatro. Assim pode ser definida a conferência “O Oriente Teatral no Brasil”, ministrada pelo diretor e pesquisador italiano Nicola Savarese, ontem à noite, na Sede Roosevelt da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, com tradução consecutiva de Patrícia Furtado de Mendonça.

Com uma palestra rica e recheada de dados e imagens, que eram projetadas num telão, Savarese discorreu sobre como a chamada hibridação cultural, ou seja, o processo que integra culturas diferentes, como a que ocorreu na Europa e no Brasil, interfere na cultura de um país. O termo oriente, explicado por ele logo no início de sua explanação, refere-se àquilo que dá norte a alguma coisa. Por exemplo, a China e o Japão orientaram a Europa no início do século 19, época das grandes explorações. Assim, a cultura europeia acabou absorvendo muito da cultura asiática (seu oriente).

Para Saravese, é muito complexo discorrer sobre o processo entre colonizadores e colonizados, já que, embora os primeiros sejam apontados como os dominadores, isso não ocorre no âmbito cultural. Nas artes, aí incluído o teatro, há muito mais uma adequação, absorção, do que dominação. “O termo exotismo, que vem do grego e significa amor pelo que é estrangeiro, era muito usado para designar os habitantes desses territórios até então inexplorados pelos europeus (…). Assim, há um processo de namoro com o estrangeiro, que é introduzido na cultura e acaba fazendo parte dela”, observa o italiano.

E qual é o oriente do Brasil? “Sem sombra de dúvidas, a África”, afirma Saravese. “A África oferece os recursos essenciais para essa hibridação com o Brasil. Exemplos disso não faltam na cultural brasileira. Há o carnaval, o candomblé, que é muito rico, pois mistura ritos indígenas, católicos e africanos”, observa o pesquisador.

“Falei pouco de teatro nesta noite, né? Mas acho que não. O teatro não vale nada se não for construído sobre plataformas culturais, com essa hibridação. Ele é importante para refletir sobre a diversidade viva do mundo”, encerrou Saravese, sendo muito aplaudidos pelos presentes.

 

Nicola Savarese e a tradutora Patrícia Furtado de Mendonça, durante a conferência na SP Escola de Teatro (Foto: SP Escola de Teatro)

 

Semana Eugenio Barba/Nicola Savarese
Como a gente já contou por
aqui, Savarese está em São Paulo para lançamento da nova edição do livro “A Arte Secreta do Ator – Um Dicionário de Antropologia Teatral”, que ele escreveu com Eugenio Barba. O diretor italiano, fundador do Odin Teatret, chega nesta tarde à capital paulista para a noite de autógrafos, que acontecerá hoje (7), às 19h, na Sede Roosevelt, com entrada gratuita e aberta ao público. Amanhã (8), Barba participa de uma “Mesa de Discussão”, às 18h, com mediação do jornalista Valmir Santos e participações de Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro, e Carlos Simioni, da companhia Lume de Teatro. Para participar, basta retirar convite, na Sede Roosevelt da Escola, a partir das 17h, com 1h de antecedência do evento.

SERVIÇO
Palestra e noite de autógrafos do livro: “A Arte Secreta do Ator – Um Dicionário de Antropologia Teatral”, de Eugenio Barba e Nicola Savarese
Mediação da palestra: Cibele Forjaz
Participação: Eugenio Barba, Nicola Savarese, Edson Filho e
Patrícia Furtado de Mendonça
Quando: Hoje (7), às 19h
Onde: SP Escola de Teatro – Sede Roosevelt
Praça Roosevelt, 210 – Consolação
Tel. (11) 3775-8600
Grátis e aberto ao público (Os convites serão confirmados previamente, pelo e-mail: [email protected]).

Capacidade da sala: 100 lugares.
Obs.: o evento será transmitido via videostreaming, no endereço –
www.erealizacoes.com.br/aartesecretadoator


Mesa de Discussão com Eugenio Barba
Mediação: Valmir Santos

Participações: Ivam Cabral e Carlos Simioni

Quando: Amanhã (8), às 18h
Onde: SP Escola de Teatro – Sede Roosevelt
Praça Roosevelt, 210 – Consolação
Tel. (11) 3775-8600
Grátis e aberto ao público (Os convites serão retirados no dia, a partir das 17h, com 1h de antecedência do evento).

Capacidade da sala: 100 lugares.


 



  

Texto: Majô Levenstein

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