O Brasil perdeu nesta manhã uma de suas principais críticas teatrais, a carioca Bárbara Heliodora, que tinha 91 anos. Ela estava internada no Hospital Samaritano, em Botafogo, Rio de Janeiro, desde março.
Filha da poetisa Anna Amélia Carneiro de Mendonça e do historiador Marcos Carneiro de Mendonça, Bárbara deixa três filhas e quatro netos. Conhecida pela classe teatral como “Dama de Ferro”, ela exercia o ofício de crítica de teatro desde 1957, tendo sido considerada uma das maiores especialistas brasileiras na obra de Shakespeare.
(Foto: Divulgação)
Trajetória
Heliodora Carneiro de Mendonça nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 29 de agosto de 1923, e adotou o nome de Bárbara Heliodora ao se dedicar à carreira de ensaísta, tradutora e crítica de teatro. Era uma das maiores autoridades brasileiras da obra de William Shakespeare.
Começou a fazer crítica teatral, em 1957, na Tribuna da Imprensa, passando depois para o Jornal do Brasil, onde manteve uma coluna especializada até 1964. Deixou a imprensa neste ano para assumir, até 1967, a direção do Serviço Nacional de Teatro, SNT. E, depois, dedicou-se ao ensino, como professora de história de teatro no Conservatório Nacional de Teatro e no Centro de Letras e Artes da Uni-Rio, até a sua aposentadoria, em 1985.
Voltou a exercer a crítica teatral em 1986, na revista Visão. E, posteriormente, em jornais, principalmente em O Globo. Foi professora emérita e titular aposentada da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi condecorada pelo Ministério da Cultura da França com a Ordre des Arts et des Lettres e, no Brasil, pela Academia Brasileira de Letras, conquistando a medalha João Ribeiro.