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Memórias e Desconforto

Publicado em: 20/03/2012 |

Os dois últimos núcleos do Experimento do Módulo Azul da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco também abriram suas salas de trabalho ao público no último sábado (17). 

 

 

Núcleo 7

 

 

Á água também esteve presente no Experimento do núcleo 7, mas de uma maneira bem diferente. Ao adentrar o espaço, os espectadores recebiam fósforos. Dentro da sala, ligeiramente encharcada, velas brancas estavam postadas no pé das paredes; sacos de pano molhados pendiam do teto, pendurados por barbantes.

 

 

Experimento do núcleo 7 (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

Os atores, que ficavam a repetir os seus respectivos textos, eram atraídos quando alguém acendia o fósforo, deixando de lado suas repetições para fixar a vista na breve chama. 

 

Durval Mantovanini, aprendiz de Direção do grupo, afirma que a proposta surgiu da própria experiência dos atores. “Nós estamos trabalhando com humor e a nossa proposta cênica é a investigação de cada ator, daquilo que ele considera mais interessante em suas lembranças. Partindo dessa premissa, cada um desenvolveu sua performance.”

 

Maurício Perussi, artista residente e orientador do núcleo 7, ressalta a disponibilidade dos aprendizes como o maior trunfo deste Experimento. “Minha primeira impressão é que existe uma disponibilidade muito grande do grupo. O que me toca é ver todo mundo jogando ideias. O mais interessante agora é que eles tentem decifrar o próprio enigma. Também não vejo nenhuma área se ausentando, isso é excelente, já consigo visualizar uma vivência performática nascendo.”

 

 

Núcleo 8

 

 

No chão, retalhos de panos. Escondido abaixo deles, uma espécie de monstro emerge à superfície enquanto a sonoplastia confere um ar de suspense à cena. Enquanto isso, um profeta discorre sobre a função do teatro, proferindo um texto com certo cunho humorístico e até achando graça da situação.

 

Experimento do núcleo 8 (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

O grupo tinha como proposta trabalhar o desconforto e a sutileza. “Primeiro, mergulhamos de cabeça neste tema sugerido pelas áreas propositoras, depois trabalhamos com os atores. Foi fantástico, rendeu tanto que teríamos material de sobra para mais aberturas de sala”, afirma Rafael Dias, aprendiz de Direção. 

 

Ricardo Severo, artista residente e orientador do núcleo, destaca a necessidade da continuidade para se chegar a um teatro performativo e sensorial. “As propostas são muito legais, mas é claro que a gente tem que lembrar que esse é apenas o primeiro Experimento. Vamos levar várias outras coisas para o próximo. De qualquer maneira, eu acho que o grupo de Sonoplastia, Cenografia e Figurino e Iluminação está propondo coisas bem interessantes.”

 

 

 Veja mais:

 

A Troca Dialógica É Azul

O Avesso e o Ritual

Êxtase e Incompatibilidade 

 

 

Texto: Felipe Del

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