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Maurício Arruda Mendonça

Publicado em: 27/05/2013 |

Maurício Arruda Mendonça é dramaturgo

Como surgiu o seu amor pelo teatro?
Devo esse meu amor à Armazém Companhia de Teatro, ao diretor Paulo de Moraes e aos atores dessa companhia.

Lembra da primeira peça a que assistiu?
Não. Vi espetáculos infantis de companhias itinerantes que não me despertaram a atenção.

Um espetáculo que mudou o seu modo de ver o teatro.
“Kelbilim”, do Grupo Lume.

Um espetáculo que mudou a sua vida.
“Édipo”, com a Armazém Companhia de Teatro.

Você teve algum padrinho no teatro? Se sim, quem?
Considero que meu padrinho foi o ator Adriano Garib.

Já saiu no meio de um espetáculo? Por quê?
Nunca saí.

Teatro ou cinema? Por quê?
Teatro. O teatro é uma arte compartilhada em seu acontecimento. Um ator na sua frente. Uma história. Um momento especial que se convive.

Cite um espetáculo do qual você gostaria de ter participado. E por quê?
Ah, são vários… Como isso não pode acontecer, eu posso ser desabusado. Gostaria de ter colaborado com o “Macunaína”, do Antunes Filho, por exemplo. Eu teria aprendido muito ao colaborar para uma obra-prima teatral; das maiores do teatro brasileiro.

Já assistiu mais de uma vez a um mesmo espetáculo? E por quê?
Não. Somente as da Armazém.

Qual dramaturgo brasileiro você mais admira? E estrangeiro? Explique.
Bem, são muitos. Admiro Nelson Rodrigues, Plínio Marcos, Suassuna. Dos atuais, admiro Mário Bortolotto. Dos estrangeiros, Beckett, Heiner Müller, Koltès. Todos inspiram pelo poder de crítica e força poética.

Qual companhia brasileira você mais admira?
Poxa vida, uma pergunta duríssima. Temos companhias excelentes em todas as regiões do País, muitas companhias jovens, tanto de teatro adulto quanto infantil. Eu mencionaria o Grupo Galpão, por sua raiz na rua, na praça pública, por representar tão bem a cultura e o teatro brasileiro aqui e no exterior.

Existe um artista ou grupo de teatro do qual você acompanhe todos os trabalhos?
Não.

Qual gênero teatral você mais aprecia?
Gosto de peças que resultam em espetáculos bons.

Em qual lugar da plateia você gosta de sentar? Por quê? Qual o pior lugar em que você já se sentou em um teatro? 
Em qualquer um. Sou um agraciado. Nunca me sentei em lugar ruim.

Existe peça ruim ou o encenador é que se equivocou?
Se é ruim, a responsabilidade maior é do diretor artístico, se as escolhas e orientações foram feitas somente por ele.

Como seria, onde se passaria e com quem seria o espetáculo dos seus sonhos?
Pergunta difícil. Diria apenas que gostaria de ter visto Paulo Autran e Fernanda Montenegro juntos no palco. Esse encontro maravilhoso jamais aconteceu, e teria sido memorável.

Cite um cenário surpreendente.
O cenário de “Da Arte de Subir em Telhados”, de Paulo de Moraes.

Cite uma iluminação surpreendente.
“O Outro Van Gogh”, do Maneco Quinderé.

Cite um ator que surpreendeu suas expectativas.
Não saberia dizer.

O que não é teatro?
Tudo aquilo que um homem não puder expressar a outro homem.

A ideia de que tudo é válido na arte cabe no teatro?

Essa ideia contradiz a própria noção de arte, que é ter critérios, saber avaliar e fazer escolhas.

Na era da tecnologia, qual é o futuro do teatro?
Afirmar a sua essência.

Em sua biblioteca não podem faltar quais peças de teatro?
As de Nelson Rodrigues.

Cite um diretor (a), um autor (a) e um ator/atriz que você admira.
Só posso citar aqueles que conheço de perto e que tenho admiração sincera, além de amizade. O diretor Paulo de Moraes; Mário Bortolotto, como autor; Adriano Garib, ator, e Patrícia Selonk, atriz.

Qual o papel da sua vida?
Não sou ator, mas um belo papel seria o do Bobo de “Rei Lear”, de Shakespeare. 

Uma pergunta para William Shakespeare, Nelson Rodrigues, Bertolt Brecht ou algum outro autor ou personalidade teatral que você admire.

Uma pergunta para Shakespeare: “Como você escreveu ‘Hamlet’? Me conte o processo. No que você tava pensando, passo a passo. Se não for incomodá-lo”. (risos)

O teatro está vivo?
Não tenho a menor dúvida.

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