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Marcelo Braga

Publicado em: 22/04/2013 |

Marcelo Braga é ator, diretor e professor

Como surgiu o seu amor pelo teatro?
O amor surgiu desde que minhas primas e eu brincávamos de teatro com lençóis pendurados nos varais no quintal da casa da minha avó. O amor à profissão se confirmou quando fui assistir a “O Tempo e os Conways”, com o Grupo Tapa, e tive a certeza de que era aquilo que eu queria fazer da vida.

Lembra da primeira peça a que assistiu? Como foi?
“Tistu, o Menino do Dedo Verde”, com Lúcia Lambertini, que era casada com um amigo do meu pai. Foi lá no Sesc Pompeia e lembro que meu pai me levou ao camarim para cumprimentar a atriz.

Um espetáculo que mudou o seu modo de ver o teatro.
“Romeu e Julieta”, do Grupo Galpão, que me despertou uma dupla paixão: Shakespeare e teatro de rua!

Um espetáculo que mudou a sua vida.

“Teatro Cabaret Brecht”, baseado na obra do autor alemão, e que foi o último espetáculo que eu fiz como aluno-ator de Myriam Muniz, antes de entrar na EAD.

Você teve algum padrinho no teatro? Se sim, quem?

Minha madrinha foi Myriam Muniz. Mestra no teatro e na vida.

Já saiu no meio de um espetáculo? Por quê?

Sim. Era baseado em um livro que eu adorava, e o espetáculo era muito equivocado.

Teatro ou cinema? Por quê?
Teatro. Por que está acontecendo naquele momento.

Cite um espetáculo do qual você gostaria de ter participado. E por quê?
“Longa Jornada Noite Adentro”, direção de Naum Alves de Souza. Pela qualidade do texto, pelo elenco afinadíssimo e pelo privilégio de contracenar com Cleyde Yáconis.

Já assistiu mais de uma vez a um mesmo espetáculo? E por quê?

Já assisti a vários espetáculos mais de uma vez. Os motivos foram os mais diversos: profissional, vontade de ver de novo, vontade de descobrir coisas novas de algo que gostei muito.

Qual dramaturgo brasileiro você mais admira? E estrangeiro?

Adoro Nelson Rodrigues, mas acho Jorge Andrade tão genial quanto e é pouco citado. Assim como Nelson, o Jorge Andrade mapeia a alma do povo brasileiro. Dos estrangeiros, gosto muito do Tony Kushner. Suas peças são extremamente contundentes.

Qual companhia brasileira você mais admira?
Grupo Galpão.

Existe um artista ou grupo de teatro do qual você acompanhe todos os trabalhos?
Os Fofos Encenam
.

Qual gênero teatral você mais aprecia?

O teatro feito com dedicação e amor.

Em qual lugar da plateia você gosta de se sentar? Por quê?

Depende do espetáculo.

Existe peça ruim ou o encenador é que se equivocou?

Acho que existem peças ruins, sim!

Como seria, onde se passaria e com quem seria o espetáculo dos seus sonhos?

A experiência toda de participar de um espetáculo do Teatre Du Soleil seria um sonho.

Cite um cenário surpreendente.
“Os Efêmeros”, do Teatro Du Soleil, que era todo feito sobre plataformas que giravam lentamente.

Cite uma iluminação surpreendente.
“Fuerza Bruta”.

Cite um ator que surpreendeu suas expectativas.
A dupla de atores espanhóis do espetáculo “Crônica de José Agotado”.

O que não é teatro?
O que não chega até o público.

A ideia de que tudo é válido na arte cabe no teatro?

Como toda arte, o teatro tem suas especificidades e limites.

Na era da tecnologia, qual é o futuro do teatro?

Continuar sendo uma arte viva, que tecnologia nenhuma supera ou substitui.

Em sua biblioteca, não podem faltar quais peças de teatro?
Obra completa do Nelson Rodrigues; “Á Margem da Vida”, do Tennessee Williams, e “Quem Tem Medo de Virginia Woolf”, de Edward Albee, além de “Deus da Carnificina”, da Yasmina Reza.

Cite um diretor (a), um autor (a) e um ator/atriz que você admira.

Silnei Siqueira, Newton Moreno, Julianne Moore.

Qual o papel da sua vida?

Brick, de “Gata em Teto de Zinco Quente”.

Uma pergunta para William Shakespeare, Nelson Rodrigues, Bertolt Brecht ou algum outro autor ou personalidade teatral que você admire.

Para Brecht: “Você tem a dimensão das transformações que seu teatro dialético causou na história do teatro moderno e contemporâneo?”

O teatro está vivo?

Sim. E sempre estará!!

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