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Marcela Coêlho, estudante da SP Escola de Teatro, exibe na 23ª Satyrianas a vídeo-performance em que assina a direção, roteiro e produção

Publicado em: 11/11/2022 |

Foto: Divulgação

Na próxima terça-feira, 15, terá a exibição da vídeo-performance Hiatos produzido pela recifense Marcela Coêlho no Cine Bijou. A exibição faz parte da programação do 23º Festival Satyrianas e começa às 17h na sala Patricia Pillar do cinema. A entrada é gratuita.

Marcela Coêlho atualmente é estudante do curso técnico de Atuação na SP Escola de Teatro, mas já é graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), período no qual desenvolveu pesquisa sobre o lugar da memória nas relações entre o corpo e o espaço urbano mediada pela fotografia enquanto método de investigação dos afetos. Desde então, vem se dedicando ao teatro e à performance por acreditar na potência das artes do corpo como caminhos de sublimação e construção de imaginários.

Com o apoio do edital de Formação e Pesquisa LAB PE através da Lei Aldir Blanc, escreveu e dirigiu a vídeo-performance Hiatos, que já foi exibida na 3ª Mostra Audiovisual Internacional (Em)Curtas, Mostra Apneia de Artes integradas 2022, no Projeto Cinema de Fachada do Teatro Espanca e no 1ª Festival Libélula de Cinema de Jaboatão.

Hiatos é uma vídeo-performance que trata da melancolia como uma ferida colonial aberta, revelando olhares para o tempo, ancestralidade, corpo e morte que se entrelaçam em caminhos de transcendência possíveis para esse estado de apatia coletiva.

Samyra Rios, estudante de direção da SP Escola de Teatro, estrela espetáculo inspirado na obra de Carolina Maria de Jesus

Como o estado de espírito melancólico está diretamente ligado à estagnação, ao frio e ao esgotamento do corpo e da mente, a criação da estudante se apresenta como uma janela de percepção aos conflitos existenciais cravados em solo brasileiro contrapondo a uma visão de mundo no qual tudo é movimento e vibração e, por isso, a melancolia, enquanto ferida colonial, não faz morada. Utilizando-se da simbologia da encruzilhada como um fluxo sagrado de intersecção entre movimentos cíclicos do cosmos, do espírito humano e do corpo, a produção proporciona uma experiência audiovisual em formato espiralado através de composições entre imagem e som.

Marcela relata como foi o processo de criação:

“Hiatos se configura a partir das minhas pesquisas sobre como as sementes da melancolia, estado de espírito retratado em personagens bíblicos e nos textos clássicos da medicina grega, cruzam o atlântico e criam raízes nos corpos, mentes e solos brasileiros com o processo de colonização e como isso se relaciona com a percepção linear ocidental do tempo. Nesse projeto, trago um pouco das minhas vivências enquanto juremeira nas percepções sobre o tempo, movimento e transcendência a partir das epistemologias das encruzilhadas, onde a lida com o tempo, com o corpo e com a morte dançam em espirais. O processo também se debruçou sobre textos da Leda Maria Martins abordando oralitura e o tempo espiralar. Foi desafiador materializar em audiovisual vivências sutis, sobretudo por ser minha primeira experiência como roteirista e diretora. Mas acredito que o processo como um todo foi de muito aprendizado e que dialoga diretamente com o meu trabalho e pesquisa enquanto atriz, já que se configura como uma vídeo-performance de linguagem híbrida entre teatro e audiovisual, tendo o corpo como força motriz.”

Confira o teaser do filme.

Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Marcela Coêlho; performance: Orun Santana; assistência de direção: Gabriel Coêlho; produção executiva: Tamy de Paula; direção de produção: Joana Saint’Anna; direção de fotografia: Sylara Silvério; iluminação: Filipe Sampaio; direção de arte: Marcela Coêlho; figurino e maquiagem: Maria Esther de Albuquerque; trilha sonora, mixagem e desenho de som: Lucas Caminha e Sam Nóbrega; montagem e color grading: Sylara Silvério; fotografia still: Eulália Lins e Micaella Pereira; contrarregragem: Jonathan Faria; design gráfico: Rodrigo Sarmento. Incentivo: Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco; Apoio cultural: Grupo Magiluth e A Casa de Iluminação.

 




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