EN | ES

Iluminação e Sonoplastia na Potência da Criação Teatral

Publicado em: 10/07/2012 |

Por Lucienne Guedes


Especial para o portal da SP Escola de Teatro


No texto a seguir, Lucienne Guedes, dramaturga, diretora e atriz, fala sobre o trabalho da sonoplastia e da iluminação, durante o terceiro e último Experimento do Módulo Verde, no sábado (7), na sede Brás da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco.

 

Durante as apresentações dos trabalhos dos aprendizes do Módulo Verde, no sábado (7), o trabalho da sonoplastia e da iluminação merece destaque. Não porque tenha sido melhor do que o trabalho das outras áreas, não. É que são raras as ocasiões em que essas áreas da linguagem teatral estejam tão intrinsecamente ligadas à cena, com tamanha responsabilidade na sua construção. 

 

Experimento do núcleo 6 (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

Talvez responsabilidade possa mesmo ser a questão. Talvez luz e sonoplastia possam tomar para si o propósito da cena, compô-la não como papel acessório ou complementar. Isso não é uma questão de tomada de poder, na esfera das relações criativas em cada grupo, mas de responsabilizar-se pela construção artística. E quem ganha com isso é a cena, é o público, o teatro.

 

Quem assistiu aos experimentos do Módulo Verde pode ver um pouco disso. Em várias cenas, a sonoplastia era música delicada que embalava os sonhos dos personagens. Embalava mesmo, não era só música de fundo. Em outras, as quebras eram potencializadas ou mesmo antecipadas pela ação dos músicos/sonoplastas em cena. De maneira por vezes semelhante ao som cinematográfico, ruídos e sonoridades compunham o universo das personagens, para além da camada cenográfica, expandindo a compreensão de “território da cena”. Muito interessante também foi notar os corpos dos sonoplastas em ação, em sua maioria consciente de sua presença na cena; bonitos os movimentos “produtores” de sons.

 

Quanto à iluminação, em muitos casos, era nítido que o trabalho não foi apressado. Havia muita experimentação, mas junto com a cena, não “por cima” dela. Semelhante à sonoplastia, a iluminação expandiu o território da cena. Em algumas cenas, ainda, a fonte de luz mantida explícita funcionava como cenário, ao invés de ser escondida. Em outras cenas, a luz era matéria de jogo mesmo, e o flash de luz era fundamental para a compreensão do trabalho.

 

Que a SP possa formar artistas teatrais da luz e do som que mantenham um trabalho próximo à cena, que não prescindam de sua presença constante durante todo o processo de criação. Isso fez diferença no Módulo Verde.

Relacionadas:

Uncategorised | 16/ 04/ 2024

Premiado musical ‘Bertoleza’ ganha nova temporada, gratuita, no Teatro Paulo Eiró

SAIBA MAIS

Uncategorised | 09/ 11/ 2023

Palestra com a artista sul-africana, Ntando Cele, acontece na SP Escola de Teatro nesta sexta (10)

SAIBA MAIS

Uncategorised | 20/ 09/ 2022

Pamy Rodrigues, artista egressa da SP, assina direção de espetáculo feminista inspirado no conto O Papel de Parede Amarelo

SAIBA MAIS