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Hemispheric Institute na SP Escola de Teatro: Balada Performática

Publicado em: 15/01/2013 |

Dando continuidade à ocupação da Sede Roosevelt da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco pelo Hemispheric Institute, ontem (14), foi a vez de mais uma noite voltada às performances, com a realização do “Trasnocheo”, no 1º andar da Instituição.

Ali, em evento fechado para os participantes do 8º Encontro do Instituto Hemisférico de Performance & Política, artistas de todas as partes do mundo se apresentam, até sexta-feira, sempre das 22h à 1h, com suas performances dos mais diversos estilos.

Ontem, por exemplo, foi a vez de Gina Athena Ulysse, professora de antropologia e de estudos afro-americanos, realizar o que chama de sua “meditação avant-garde”, intitulada “Boneca de Vodu ou E se o Haiti Fosse Uma Mulher?”, na qual usa a figura de Gede, espírito do vodu haitiano que representa a vida e a morte, para falar da história geopolítica do Haiti, mesclando-a com estatísticas sobre o país, teorias e cânticos vodu. O resultado é uma cena muito tocante e sensível, que não deixa de abordar a situação submissa da mulher, especialmente a negra, ainda existente e persistente em todo o planeta.

Depois, quem subiu ao palco foram Burt Sun e Guil Macedo, do coletivo brasileiro completado por Bel Borba e André Costantini, para anunciarem a vídeo-performance “Diário: Bel Borba Aqui São Paulo”. A proposta do grupo é gravar cenas pela cidade de São Paulo, pelos olhos de uma mala (isso mesmo) e uma matilha de cães de papel (isso mesmo!!!), durante um dia. Ao final do período, a turma vai para a ilha de edição e finaliza o filme, que é exibido no dia seguinte, enquanto um outro filme já está sendo preparado, para registrar as próximas 24 horas. Assim, eles vão compondo uma espécie de diário de imagens. Uma proposta ousada e cheia de humor, que agradou.

Outro destaque da noite foi a performance do brasileiro Magno Assis, chamada “Reivax X. Em: Uma Comédia Cotidiana de Amor Muda em Cinco Partes”. Nela, um homem traz, literalmente, sua casa inteirinha dentro de uma mala de viagem.

E em meio a tanta atividade, a noite seguiu numa espécie de balada teatral, com direito a um bar ao fundo da sala, onde eram vendidos refrigerantes e comidinhas, apreciadas pela plateia, que parecia ter muito mais do que fome de arte. Um globo de espelhos, pendurado no teto, remetia a um club, indicando que a noite era, realmente, uma criança, pronta para brincar com esses notívagos de sotaques dos mais diversos.

 

A performance da professora Gina Athena Ulysse: “Boneca de Vodu ou E se o Haiti Fosse Uma Mulher?” (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

Ah, do lado de fora da sala, no saguão da Escola, o dominicano Nicolás Dumit Estévez continuava com sua crítica ao estereótipo do latino caliente dançando, só de sunga verde, na performance “Quando Mais Eu Danço”, que dura quatro horas. Ele promete repetir o feito durante todas as noites do evento. A conferir…

Hoje à noite, as performances do “Trasnocheo” seguem, com destaque para o americano L.M. Bogad, com “Economúsica: Mantendo a Conta”; Katrina de Wees (EUA), com “Forsenga”; a mexicana Nayla Altamirano, com “As Nobodies”, e Dan Fishback (EUA), com “Em Um Dia Queer Você Pode Ver Para Sempre”. Amanhã a gente conta como foi.







  

Texto: Majô Levenstein

 

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