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Haikai, Trilha Sonora e Crítica Teatral

Publicado em: 05/09/2012 |

Além dos oito cursos regulares oferecidos a seus aprendizes, a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco também abre espaço para o público em geral, por meio das atividades (aulas e workshops), todas gratuitas, promovidas por seu Departamento de Extensão Cultural.

 

Todo ano, dezenas de cursos de curta duração, sobre os mais diversos assuntos e temas, são ministrados aqui na Escola. Entre eles, três iniciaram suas aulas nesta semana, na Sede Roosevelt da Instituição: “A Cena Pensada na Web – Crítica Teatral nas Novas Redes de Informação”, com Kil Abreu; “Composição Original Para Teatro (Cinema, Balé)”, com Paulo Herculano e seu assistente, Matias Capovilla, e “O Haikai: Sua Criação”, com Claudio Daniel.

 

Ex-crítico teatral da Folha de S.Paulo, Kil Abreu abriu sua aula, na noite de anteontem, observando o fato de que, atualmente, a crítica deu lugar ao chamado “serviço”, ou seja, matérias culturais deixaram de ser opinativas para, simplesmente, descreverem o que está acontecendo nos palcos. “Não se critica mais um espetáculo com argumentação. O que se tem agora é a classificação, em estrelas, bonequinhos ou similares. E isso acontece porque a maioria dos jornalistas não sabe argumentar se um espetáculo é ou não bom”, disse. Em “A Cena Pensada na Web – Crítica Teatral nas Novas Redes de Informação”, Kil pretende resgatar esse espírito crítico em seus alunos. “Como sou jornalista, acredito que essas aulas vão acrescentar muito no meu currículo, no modo de pensar o teatro contemporâneo”, afirmou Patrícia Negrão, aprendiz do curso de Dramaturgia da SP Escola de Teatro.

 

Aula do curso “A Cena Pensada na Web – Crítica Teatral nas Novas Redes de Informação” (Foto: Helio Dusk)

 

“Nós trabalhamos juntos há uns 15 anos, mas o Paulo diz que são 12“. “Está bem, Matias. Então, 12 e meio!”.  Foi com esse diálogo divertido que o maestro, ator e compositor Paulo Herculano e o arranjador, instrumentista e compositor Matias Capovilla deram o pontapé inicial do curso “Composição Original para Teatro (Cinema, Balé)”, na manhã de ontem, (4). Diante deles, uma turma formada por cantores, bailarinos, percussionistas, baixistas, violonistas e trompetistas. “Nós temos uma pequena orquestra aqui. Vamos dividi-los em grupos diversos e usar as habilidades de cada um para produzirmos as trilhas. Temos muito trabalho a fazer”, disse Herculano. A aluna Giovana Vincenzi afirmou que é difícil encontrar cursos bons nessa área. “Eu quero obter mais ferramentas e conhecer novas formas de trabalho. Foi isso que me trouxe aqui”, afirmou.

 

Após as apresentações, os orientadores mostraram composições feitas para peças de teatro e Capovilla deu um conselho: “Música difícil é difícil e música fácil é difícil também. Música é devoção e dedicação”, finalizou.

 

Cheio de amor pela cultura oriental, o poeta e pesquisador Claudio Daniel nem parecia a pessoa tímida que é fora da aula, ao se apresentar diante de seus alunos do curso “O Haikai: Sua Criação”, ontem à noite. “Meu interesse pela cultura oriental começou na minha adolescência. Era apaixonado pelo seriado ‘Kung-Fu’, que passava na TV e era estrelado pelo David Carradine. A partir dele, fui parar num mosteiro zen-budista, no Espírito Santo. Mas minha paixão por sexo, cigarro e rock eram maiores do que o desejo de me tornar monge. No meio do caminho, encontrei a poesia Haikai e decidi ser poeta”, resume ele, bem ao estilo rápido e direto dos textos que produz (para quem não sabe, o Haikai é uma forma de poesia pequenina, nascida no Japão, no século 16. Sua estrutura é escrita em métricas e com regras bem definidas).

 

 

Texto: Majô Levenstein e Leandro Nunes

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