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Gustavo Leles, estudante de sonoplastia da SP, realiza pesquisa sobre arte telemática

Publicado em: 17/05/2021 |

Gustavo Leles, estudante de sonoplastia da SP e pesquisador do teatro telemático/ Foto: Instagram

Apesar de não muito utilizado, o termo arte telemática existe desde a década de 1970, quando começaram os estudos do fazer artístico através dos aparelhos de fax e modem. Em suma, arte telemática é toda arte realizada por meios de comunicação digitais, sendo essa uma palavra que nasceu da junção de telecomunicação com informática.

Um exemplo são os experimentos teatrais que acontecem no processo pedagógico da SP Escola de Teatro, através da plataforma zoom, durante a pandemia do Covid-19. Segundo Gustavo Leles, estudante de sonoplastia da instituição e que estuda o tema, a Cia os Satyros e suas peças digitais assim como a pesquisa realizada por Rodolfo García Vásquez sobre o assunto são também de relevante importância para encorajar outros artistas a se desafiarem no chamado teatro digital.

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Brasiliense morando em São Paulo, em tempos de distanciamento social, o estudante se dedica as artes telemáticas na teoria e na prática: “faço parte de uma banda, a Laika. Fizemos o primeiro trabalho em Brasília. Com a mudança para São Paulo em 2020, propus aos colegas que realizássemos tudo virtualmente. Inclusive estávamos sem baterista na época e utilizamos o recurso de bateria eletrônica. Desde então produzimos as músicas e os videoclipes a distância numa experiência completamente satisfatória”, conclui o artista, que também integra a ficha técnica do espetáculo teatral acreano Depois de Dora, que tem toda a trilha sonora produzida à distância pelo sonoplasta.

O foco da pesquisa desenvolvida por Leles, com incentivo do PIBIC (Programa Nacional de Iniciação Científica) na faculdade onde cursa produção musical e fonográfica, é a arte digital coletiva no campo do teatro, da música e de produções audiovisuais. O incentivo para a realização da pesquisa foi exatamente a participação no processo dos experimentos teatrais da SP Escola de Teatro, por plataforma digital. Ele comenta que o desejo de realização da pesquisa surgiu ao perceber o número de pessoas que se sentiam frustradas por não conseguirem englobar essa forma de pensar. O artista explica, e define, que a arte telemática não é só uma forma de fazer, mas também um sistema de pensamento.

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“Tenho amigos que só tinham o celular para trabalhar. Outro amigo com deficiência visual não conseguia desenvolver as atividades propostas. O mote da pesquisa é focado nesse ponto: processos criativos de uma forma que englobe as pessoas no processo. Como mexer na narrativa desde o processo de criação para que a narrativa seja inclusiva durante todo o processo? Como transformar os problemas técnicos em escolhas estéticas? Como superar as barreiras físicas? O intuito é que fique mais prazeroso realizar arte telemática, seja em período pandêmico ou não. O objetivo da pesquisa é de que haja um material de estudo sobre o assunto que contribua para isso”, conclui o músico.

A SP Escola de Teatro também se aprofunda no Teatro Telemático e tem até um intercâmbio cultural sobre a temática. O projeto conta com aulas online, ao vivo e simultâneas com a Universidade das Artes de Zurique (ZHdK) e a Faculdade das Artes de Cingapura (LASALLE), unindo três continentes, com fusos horários completamente diversos, em torno da pesquisa teatral.

Por Bruno de Paula

Editado por Luiza Camargo




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