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Experiências Carnavalescas

Publicado em: 11/01/2013 |

Por  J.C. Serroni*

Minha relação com o carnaval já é antiga e foi muito intensa.

Ainda quase um adolescente, estudante do científico de colégio, em São José do Rio Preto – SP, participei de um concurso para o carnaval da cidade, em 1968. Mais de 30 candidatos, profissionais experientes, e acabo vencendo o concurso. O cartaz foi impresso em silk-screen, técnica daquela época, e finalizado pela grafia com linotipia, pois as letras do meu cartaz eram meio naïfs e foram trocadas.

A partir dessa experiência, comecei a me interessar muito por carnaval, especialmente por desfiles. Colecionava todas as revistas que traziam fotos de carnaval.

Ao chegar a São Paulo, já estudante da FAU, acabei sendo convidado para trabalhar como cenógrafo na TV Cultura e, estando lá, era escalado, por vários anos, para comentar os desfiles de São Paulo para falar de alegoria e fantasia.

Mais tarde, fui júri, chamado pela Liga das Escolas de Samba, tendo feito vários cursinhos preparatórios, ministrados por gente do samba.

De 1996 a 2005, fiz parte do júri do “Carnaval Nota 10”, organizado pelo jornal Diário Popular, assistindo aos cansativos desfiles, por duas noites seguidas. Trocávamos lá muitas ideias, nos divertíamos.

Fui ao Rio ver barracões de Escola de Samba, visitei as quadras de ensaios e assisti aos desfiles por lá também.



À esq., o cartaz com o qual Serroni venceu o concurso de carnaval de São José do Rio Preto – SP; à dir., desfile da X-9, de Santos, do qual ele foi carnavalesco por quatro anos (Fotos: Arquivo Pessoal)

Mas nada de tudo isso que descrevi se compara à experiência de ter sido carnavalesco da Escola de Samba X-9, de Santos. Exerci essa função lá por quatro anos, quatro carnavais, de 1975 a 1979. Fui tetracampeão em um carnaval disputadíssimo, como é o de Santos. Pelo menos cinco grandes escolas concorrem e a X-9 chegou a levar para a Avenida 3 mil componentes.

A experiência com os materiais, com o tempo, com o horário, se noite ou já dia, com possibilidade de chuvas, além da instigante relação comunitária que se dá numa Escola de Samba, são aspectos muito significativos para mim.

Comento com meus aprendizes de Cenografia que a experiência de passar por uma Escola de Samba é fundamental na formação deles.

Fui procurado, há alguns anos, por integrantes da X-9 de hoje em Santos, isso quase 30 anos depois, com a proposta de que eu fosse tema para um desfile lá. Claro, me senti lisonjeado, mas não aceitei o convite. Tendo sido carnavalesco, justifiquei que o tema não daria samba. Um pouco chateados, eles entenderam e eu fiquei feliz por continuar nos bastidores.


*J. C. Serroni é coordenador dos cursos de Cenografia e Figurino e Técnicas de Palco da SP Escola de Teatro
 – Centro de Formação das Artes do Palco

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