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É Tempo de Experimentação

Publicado em: 08/11/2011 |

Experimento Módulo Amarelo (Arte: Rodrigo Meneghello)

 

Chegou a hora do Experimento, momento em que os aprendizes do Módulo Amarelo (vespertino) vão compartilhar suas investigações cênicas a partir dos estudos e desafios propostos pela SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco. 

 

Assim, a partir de hoje (8) e também nos dias 9, 11 e 12 de novembro, oito grupos, formados por aprendizes provenientes de todos os Cursos Regulares da Escola, vão abrir as suas salas de trabalho ao público e apresentar cenas baseadas na narratividade e inspiradas no livro “Viva o Povo Brasileiro”, de João Ubaldo Ribeiro.

 

Conheça um pouco dos processos criativos e expectativas de cada grupo nas matérias de hoje, aqui, no portal da Escola, a começar pelos Grupo 5 e 7.

 

Pontos de Luz


Para além da aparência, uma exposição de arte revela as contradições íntimas de um povo que deseja se reconhecer e acaba por deparar-se com a tormenta das relações humanas. Este é a situação que o Grupo 7 selecionou para colocar em prática tudo o que aprenderam durante o semestre na SP Escola de Teatro.
 

Em meio a incontáveis lâmpadas incandescentes, os iluminadores desse núcleo, Luiz Felipe Seixas, Pamola Cidrack e Núbia Gennari, passaram não só a tarde de segunda-feira (7), como duas semanas cansativas em busca de soluções luminotécnicas para revelar o ambiente da abertura deste processo de trabalho.
 

“Tudo certo aí? Alguma coisa estourou? Todos bem?”. Com essas perguntas, Roberto Paiva, formador do curso de Iluminação, vez ou outra entrava na sala onde o trio dava a última conferida na estrutura luminotécnica feita de metros e metros de fios paralelos, 30 bocais por extensão e mais 100 lâmpadas incandescentes.
 

Assim, literalmente enrolados em fios, os aprendizes contam que a ideia da estrutura concebida por eles veio desde o começo do processo de criação do Experimento. “Buscamos utilizar material reciclado, coisas que já tinham na Escola, por exemplo. Assim, só compramos lâmpadas e bocais novos”, revela Núbia.
 

Pamola conta que o que eles já realizaram da iluminação foi testada há algumas semanas pelo trio. “Entramos na sala 26, e cronometramos o tempo de montagem e desmontagem do nosso projeto”, explica.
 

“Todas as lâmpadas tem modelos e intensidades diferentes, também fizemos algumas ‘gambiarras’ para revelar nossa inspiração na miscigenação e imaginação característica do povo brasileiro”, explicou Seixas ao testar o equipamento.
 

Concepção finalizada. Luz pronta. Agora, basta ver o resultado da abertura desse Experimento que tem, ainda, muitas outras nuances, advindas de diversos outros focos como Atuação, Cenografia e Figurino, Direção, Dramaturgia, Sonoplastia e Técnicas de Palco.
 

A cena, que dura 15 minutos, será aberta ao público em duas sessões. Hoje, (8) e sexta-feira (12), entre às 15h30 e 17h.

 

Uma “Colcha de Retalhos”

 

O povo brasileiro, nem melhor, nem pior.  Sobre este tema, o Grupo 5 vai abrir seu processo de trabalho em recortes de cenas que compõem uma espécie de “colcha de retalhos”, costurando, de forma cômica, assuntos polêmicos, como sexualidade e exploração do trabalho.

 

O aprendiz de Humor Fernando Carril que integra o elenco do Grupo, conta que a abertura de processos é interessante devido ao desafio de realizar sete cenas em apenas 15 minutos. “Fazemos esquetes, com muitas trocas. O elenco se desdobra e se reveza para contar várias histórias. Ao total, são quase 20 personagens.”, observa.

 

Seu colega Cristiano Carvalho, também de Humor, é um desses atores que vai se desdobrar para realizar as cenas. “Percebemos, com a leitura do livro, que o povo brasileiro é diferente e híbrido. Jogamos com isso, por exemplo, em um processo que revela a história de um menino que é ‘diferente”, revela  o aprendiz.

 

Cristiano conta, ainda, que o texto definitivo das cenas ficou pronto há duas semanas, pois o processo foi longo. “Cada um dos 25 integrantes do nosso grupo foi entrevistado pelos restantes em cenários desenhados pelos cenotécnicos do núcleo. Assim, cada um contou sua história e levantamos as cenas que, após, passou pelos dramaturgistas”, explica.

 

A sala da abertura do processo de trabalho do Grupo 5, terá duas entradas: uma que representa o profano, e outra, o sagrado. “Estamos ansiosos para mostrar o nosso processo de mais de nove semanas, conhecer a reação das pessoas e descobrir o que o público vai achar das nossas piadas”, declara Carvalho.

 

Em comparação ao Experimento do semestre passado, Carril revela que este, em sua opinião, está mais “equilibrado”. “Partimos da cenografia, que influenciou na dramaturgia, na sonoplastia e assim por diante, dessa forma, fizemos um trabalho mais conversado entre todos com acordos e concessões, o que enriquece o trabalho de todos.”

“Quisemos trazer o palhaço à tona, somos cinco atores de Humor, sendo que quatro já trabalham com isso fora da Escola. Estamos munidos desta bagagem. Não vamos interpretar, e sim, brincar de ser personagens. Um jogo de palhaço que, em principio, será sem nariz”, explica Carvalho. “Nós temos tempo para trabalhar em conjunto. Teatro é arte ao vivo. Assim, vamos testar novas possibilidades até o último dia”, completa Carril.

 

Para conferir as cenas cômicas do Grupo 5 basta vir até a sede da SP Escola de Teatro hoje, (8) e sexta-feira (12), entre às 14h e 15h30.

Serviço
Experimento Módulo Amarelo
Quando: Terça, quarta, sexta-feira e sábado (8,9,11,12), das 14h às 20h
Onde: SP Escola de Teatro   
Avenida Rangel Pestana, 2.401 
Telefone: 2292.7988 | 2292.8143
www.spescoladeteatro.org.br
e-mail: info@spescoladeteatro.org.br
 

Texto: Renata Forato

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