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“É no Brasil onde a minha alma vibra pelo teatro”, afirma o argentino Diego Pallardó, novo artista docente de Cenografia da SP

Publicado em: 09/03/2021 |

Em 2021, novos profissionais da cultura se juntaram ao quadro de artistas docentes da SP Escola de Teatro, enriquecendo ainda mais o ensino modular e dinâmico da instituição.

Entre eles, há nomes internacionais. Diego Pallardó, de Cenografia e Figurino, é argentino e por 35 anos conciliou sua carreira na cultura com a de diretor comercial em multinacionais. Mas, a paixão pelo teatro falou mais alto e, já trabalhando no Brasil, abandonou o mundo corporativo para mergulhar a fundo nas artes.

Retomou seu ofício como ator, diretor e artista plástico e se aprofundou na pesquisa em cenografia, além de criar seu próprio teatro, o Espaço de Provocação Cultural. Em entrevista ao site da SP Escola de Teatro, ele revela o que os estudantes de cenografia e figurino podem esperar de suas aulas, como  é ensinar através de plataformas digitais e como o Brasil deu a ele a esperança de finalmente conseguir viver para o teatro.

Como é ser artista docente na SP Escola de Teatro?

Mais que ser eu diria ter! Porque ter a oportunidade de dividir as minhas experiências ou conhecimentos com os estudantes é muito maravilho. Além disso, a oportunidade e a possibilidade de continuar aprendendo com eles e com tantos artistas incríveis é, digamos, um prazer inenarrável…!

Quais são seus planos para esse semestre como professor?

Sempre focado no eixo e no tema do semestre, trabalharemos a percepção de valor como um dos impulsionadores e mobilizadores da transformação dos objetos e aproveitamento de sua materialidade, sendo estes (objeto e matéria) fundamentais para continuarem existindo para o fim em que foram concebidos ou para serem transformados em outra coisa. Trabalharemos a observação como inspiração e o valor do retorno como motivador. Focaremos na escuta dos nossos sentimentos para com os objetos e na escuta do que os objetos têm para nos dizer. O processo ira terminar no final do período onde veremos e vivenciaremos esta transformação junto com os registros que serão estruturados e formulados como o objetivo de serem guardados como acervo pessoal.

O ensino digital tem lados bons e ruins. Quais vantagens você acredita que há no ensino digital e como pretende explorá-las?

Acredito que tenho muito a aprender, então fico mais tranquilo em relação ao contato digital, mas tomar os aprendizados a partir das trocas de conhecimento, experiências e vivências. Acredito que o ensino digital também abre portas para uma escuta mais democrática e para olhares sinceros. Como falei para eles, “sinto falta do cheiro, do contato presente do tato e da reação imediata, mas os olhares continuam e as reações mesmo tardias também, então vamos aproveitar  ao invés de sentir falta do que um dia irá voltar”.

O que os estudantes da SP podem esperar aprender neste semestre com as suas vivências e ensinamentos?

Espero poder mostrar os meus sentimentos de35% de amor pelo teatro, 35% tesão pelo fazer artístico, 15% de técnicas de pensamento e observação para a ressignificação da materialidade, 15% da importância dos registros como acervo pessoal e 100% de sangue no olho para fazer acontecer.

Conte um pouco da sua experiência como artista no Brasil.

A minha experiência como artista no Brasil foi, é e será muito intensa, porque:

Foi no Brasil onde decidi retomar meus trabalhos como escultor e artista plástico;

Foi no Brasil onde decidi retomar meus estudos como ator e participar de duas companhias de teatro, filmes, curtas, alguns seriados de TV, propagandas e outros;

Foi no Brasil onde decidi deixar os inúmeros benefícios do mundo corporativo onde atuava como diretor para me dedicar 100% ao teatro;

Foi no Brasil onde decidi mixar os meus trabalhos como ator e os de escultor para me tornar cenógrafo e figurinista na SP;

Foi no Brasil onde decidi comprar uma casa e construir o meu pequeno teatro chamado Espaço de Provocação Cultural;

Foi no Brasil onde a pandemia conseguiu unir a classe artística para lutar por um fazer mesmo sem editais;

É no Brasil onde a minha alma vibra pelo teatro.

Por Luiza Camargo

 




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