Após quase dez anos de hiato, o dramaturgo Lauro César Muniz volta a escrever tramas para a Rede Globo. A notícia foi adiantada pela coluna Patrícia Kogut, do diário carioca O Globo. Muniz é presidente do Conselho de Administração da Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), entidade que rege a SP Escola de Teatro — Centro de Formação das Artes do Palco.
Autor de importantes novelas na emissora, Muniz estreou na Globo em 1972 com o folhetim “O bofe”. Ficou na casa até 1979, quando escreveu a polêmica “Os gigantes”. “A teledramaturgia teve uma grande evoluação na década de 1980, e uma perda lamentável na segunda metade da década de 90”, afirma Muniz. “Alega-se que o público da TV cresceu muito, houve a ascenção da classe, o que fez algumas emissoras nivelarem as telenovelas por baixo.” Para ele, há, hoje, uma reação à perda de qualidade. Um exemplo seria “A regra do jogo”, atual novela das 21h da Globo.
Sobre a abordagem de assuntos polêmicos nas tramas, o dramaturgo afirma que é necessário correr riscos para não vulgarizar o gênero. “Depois de ‘Os gigantes’, voltei à Globo e fiz boas novelas, como ‘O salvador da pátria’”, explica, destacando que os riscos tomados em uma produção não afetam, necessariamente, as próximas. ‘O salvador da pátria’ figura até hoje como uma das três novelas mais vistas no Brasil, ao lado de ‘Roque Santeiro’ e ‘Tieta’.
A pedido de Sílvio de Abreu, diretor de teledramaturgia da emissora, Muniz deve escrever uma novela para as 21h. Segundo ele, Abreu se interessou por “Carlos Gomes”, minissérie sugerida por Muniz em parceria com Júlio Medaglia. O folhetim conta a história do compositor brasileiro que teve destaque no século 19.
