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Conhecendo os Cursos

Publicado em: 16/02/2012 |

Depois da recepção aos novos aprendizes da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, com direito a pintura em azulejo e muita mão na massa, literalmente, o pátio da Escola foi palco de mais uma reunião. Ontem (15), coordenadores dos Cursos Regulares se apresentaram e falaram um pouco sobre as propostas e o cotidiano de cada curso.
 
Ivam Cabral, diretor executivo da Escola, abriu a conversa e contou a todos como surgiu e se desenvolveu o projeto deste centro de formação.
 
Primeira coordenadora a falar, Marici comentou sobre a inexistência de cursos consolidados de dramaturgia no Brasil e citou a principal virtude de um dramaturgo: “Um dramaturgo não é aquele que domina as técnicas, mas o olhar em perspectiva do mundo em que ele vive”. A coordenadora ainda relembrou um pouco de sua carreira, ao mesmo tempo em que descreveu a expansão e a história da dramaturgia nacional após a ditadura.
 
Em seguida, foi a vez de J.C. Serroni, coordenador dos cursos de Cenografia e Figurino e Técnicas de Palco, expor suas ideias e trajetória na carreira. Ele começou mencionando quão importante é separar a criação da formação. “Tenho a minha experiência baseada na criação, mas com relação à formação estou aprendendo com vocês.”
 
Serroni também informou aos novos aprendizes que este é o primeiro curso que forma técnicos de palco do País. “Arriscaria até a dizer que é o único da América do Sul”, completou. Para concluir, o coordenador apostou em uma brincadeira. “Vou citar três dos 10 mandamentos da cenografia: temos que saber que o ator é o centro do espetáculo; que a cenografia não é shopping center; e que a cenografia é arte integrada, só funciona em grupo.”
 
 
 
Apresentação do corpo docente dos Cursos Regulares aos novos aprendizes (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)
 
No mesmo clima de descontração, o coordenador de Humor, Raul Barretto, se apresentou. “O Ivam omitiu, mas eu vou dizer; sou o maior palhaço do Brasil! Poucos têm 1,95m de altura”. E emendou: “Eu não tenho formação, tenho deformação”, uma ironia com seu diploma de Engenharia. “Fiquei cinco anos sentado numa sala, para descobrir que eu queria mesmo era ser artista.” Sobre o perfil de aprendiz que o curso comporta, o coordenador foi enfático. “Não queremos aquele cara que sabe contar piada. Vá contá-la para a sua avó. Aqui, nós queremos aquele que saiba e queira usar o humor para transformar a vida das pessoas de forma inteligente.”
 
“Eu me sinto tão aprendiz quanto vocês”, revelou o coordenador de Direção, Rodolfo García Vázquez, após comentar que todos os artistas do corpo docente foram transformados quando entraram na Escola e que não vieram aqui somente para transmitir conhecimento.
 
Vázquez também enfatizou que o respeito deve ser a tônica no decorrer do curso. “Deve haver respeito entre e dentro dos núcleos. Quando vocês se reunirem nos Experimentos, vai haver um ou dois de cada curso no mesmo grupo. Devemos trabalhar bastante essa questão do aceitamento.”
 
À frente do curso de Iluminação, Guilherme Bonfanti, além de visitar suas experiências e formação, ressaltou a importância de não se acomodar. Bonfanti comentou, ainda, sobre o trabalho em grupo. “Muito do que aprendi foi dentro de uma companhia. Acho importante essa troca de conhecimentos que o ambiente propicia”.
 
“Todos aqui citaram a importância do coletivo. Eu tenho muito orgulho de dizer que tudo o que foi feito até agora nessa Escola foi por força de um grupo. Quero dizer ainda que vocês também fazem parte dela, podendo, e devendo, nos ajudar a melhorá-la. Vamos construir juntos”, propôs Ivam Cabral.
 
O formador de Atuação Filipe Brancalião citou as questões que norteiam o curso: O que é arte? O que é ser artista? E qual é a relação do artista com o mundo? “Lembro-me do Chiquinho (Francisco Medeiros, coordenador do curso) dizer que o ator precisa sempre ser colocado em risco, porque é nessa hora que acontece algo interessante”, diz Brancalião. 
 
“Alô, som, teste, 1, 2, 3”, anunciou ao microfone Raul Teixeira, coordenador de Sonoplastia, que encerrou o encontro. Durante seu papo, Teixeira abordou, entre outros temas, a sonoplastia na década de 1970. “A trilha de uma peça deveria ser criada pelo próprio diretor.” O coordenador também ressaltou a falta de cursos específicos naquela época e disse que é bom ver que hoje a situação mudou, conclui Teixeira.
 
 
 
Texto: Jéssika Lopes

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