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Aprendiz em Foco | Marcio Tito Pelegrini

Publicado em: 19/04/2013 |

Quando tinha 15 anos, Márcio Tito Pelegrini se preparava para ir ao teatro. O espetáculo chamava-se “Educação Sentimental do Vampiro”, uma adaptação do texto de Dalton Trevisan. Era a primeira vez que iria assistir a uma peça. No entanto, esse não era o objetivo real do programa. A missão inusitada era a de ir ao teatro e guardar o ingresso, que seria repassado para a mãe apresentá-lo na faculdade dela, como comprovante de que havia cumprido a atividade complementar que seu curso exigia. “Minha mãe estudava, trabalhava e não tinha muito tempo para essas atividades extras. E eu a ajudava vendo peças”, lembra. 

 

Mas, naquela noite, Tito foi fisgado pela arte. “Eu não tinha ideia do que era teatro e de que ‘aquilo’ era teatro. Até então, eu queria ser diplomata, me filiar a um partido político, sei lá”, diz. Hoje, quase sete anos depois, ele é aprendiz de Dramaturgia da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, integra a companhia de teatro Os Satyros e acaba de fundar seu próprio coletivo, o Tragédia Pop. Antes, ele passou pela Escola de Atores Wolf Maia, onde teve aulas com o ator, dramaturgo, crítico e jornalista Alberto Guzik, e por uma oficina coordenada por Zé Renato, no grupo Casa da Comédia, no Teatro dos Arcos. 

 

Marcio Tito assina e dirige “Roberto e a Filologia das Estrelas”, em cartaz no Satyros Um (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

Nos Satyros, estreou com “Roberto Zucco”, em 2010. “Fiquei sabendo que estavam precisando de alguém com cara de moleque e fiz o teste”, diz. A partir de então, Tito tornou-se figura constante nos cursos e nas oficinas do Grupo. Nessa caminhada, já encenou, escreveu, foi dirigido e atuou. “Eu gosto disso nos Satyros: o trabalho é dinâmico e intenso”. Ainda em 2010, Tito fez assistência de direção e escreveu algumas cenas para a montagem “Cemitério de Elefantes”, e dirigiu seu texto “Dolosas Coxas”, na Tenda Mix do festival Satyrianas – Uma Saudação à Primavera. Nas entrelinhas, o fim de uma relação amorosa anunciava a possessão e a manipulação dos pares.

 

No ano passado, atuou em “Satyros’ Satyricon” e escreveu a terceira parte da peça, “Suburra”. “Foi um processo intenso e muito louco, um trabalho que ainda estamos pensando e digerindo”, explicou. Além disso, Tito orienta os Satyros Teens, grupo de jovens entre 18 e 20 anos. “Minha intenção é provocá-los a desenvolver um pensamento crítico. Dialogamos sobre política, machismo, preconceito e levamos isso para a cena. E eles piram! No mês que vem, devemos estrear nosso terceiro trabalho”, conta, orgulhoso.

 

E a outra grande empreitada de Tito teve início nas Satyrianas do ano passado. Sob coordenação do cofundador dos Satyros Rodolfo García Vázquez, nasceu “Roberto e a Filologia das Estrelas”. O projeto teve continuidade e estreou no último dia 6, no Espaço dos Satyros Um. “Foi então que o Rodolfo sugeriu que fundássemos um grupo, e criamos o Tragédia Pop”, aponta. 

 

Para o futuro, Tito diz que já pensa em uma próxima montagem, além de ações para divulgar o trabalho do coletivo. “Queremos ativar o Tragédia e alardear a sua existência. Vamos criar intervenções no metrô e nas ruas. Como grupo, queremos pensar politicamente, olhar do lado de fora do Sistema e fazer da realidade uma experiência estética”, finaliza.

 

 

 

Serviço:

 

“Roberto e a Filologia das Estrelas”

 

Quando: sábados, às 19h

 

Onde: Espaço dos Sátyros I

 

Praça Roosevelt, 214 – Consolação

 

Tel.: (11) 3258 – 6345

 

R$ 20 ou nada

 

Texto: Leandro Nunes

 

 

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