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Aprendiz em Foco: Camila Damasceno

Publicado em: 29/11/2012 |

“- As crianças do Velho de Bigodes sempre passam nos olhando pela janela do carro.

 

– Não são crianças, são cachorros…”

 

Dois adultos conversam sentados na Praça Jarbas de Lery, na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Eles relembram a saudosa infância, quando se divertiam andando de bicicleta. Agora, o local está condenado: o prefeito vai demolir aquele lugar para a construção de um viaduto, na esperança de desafogar o trânsito.

 

“E, curiosamente, o espaço serve para movimentos políticos e artísticos”, adianta Camila Damasceno, aprendiz de Dramaturgia da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco. O episódio da Praça Jarbas de Lery rendeu a ela e a seu grupo o Prêmio Destaque no 4º Festival de Cenas Curtas, realizado no último sábado (24), na cidade mineira.

 

A carioca descobriu o gosto pela escrita ainda na infância e chegou a participar de aulas de teatro no ensino fundamental. Aos 15 anos, mudou-se para Juiz de Fora, onde passou sua juventude. Formou-se em jornalismo e continuou escrevendo. Mas foi o emprego de bancária, em São Paulo, que a levou de vez para a escrita dramatúrgica. “Não estava feliz trabalhando no banco e, no ano passado, me demiti. Foi quando vi, no metrô, um cartaz da Escola divulgando o Processo Seletivo”, relembra feliz. 

 

Em agosto de 2011, Camila passava pelas portas da Sede Brás como aprendiz de Dramaturgia. “O projeto da Escola é muito bonito. Eu sou bolsista do Programa Kairós e recebo para estudar. Aqui, nos dão muito espaço para criar e os formadores são bastante generosos com o nosso trabalho. Eu me sinto inspirada a viver por algo que gosto”, confessa.

 

Camila Damasceno, a amiga do “Senhor Jarbas” (Foto: SP Escola de Teatro)

 

Sobre o festival mineiro, ela continua: “Como passei boa parte da minha vida em Juiz de Fora e morava perto da Praça Jarbas, decidi escrever sobre o caso. Convidei dois atores e a aprendiz de Iluminação Drielly Rodrigues para encenarem o texto”, conta. O grupo passou na 1ª eliminatória, entre 15 grupos, e aguardou o dia da premiação, dentre os oito melhores. “O teatro estava lotado e quando nos anunciaram ficamos felizes. O júri definiu a cena como ‘uma linguagem criativa e inovadora’”, diz. 

 

Por fim, Camila segue com o lápis e a mente afiados. “Estou com um texto para o Território Cultural do meu Módulo e outro para um projeto do Kairós. Termino o curso no ano que vem, e gosto tanto deste lugar, que já estou pensando num jeito de continuar por aqui…”, brinca. 

 

 

Texto: Leandro Nunes

 

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