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Ao Som do Hip Hop

Publicado em: 27/06/2012 |

Loops, samplings e uma batida marcante. Assim é o hip hop, cultura artística que se iniciou na década de 1970, nas áreas centrais das comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas da cidade de Nova York. O criador oficial do movimento é o DJ Afrika Bambaataa, que estabeleceu seus quatro pilares essenciais: o rap, o DJ, a breakdance e a escrita do grafite. OK, você diz. E o que isso tem a ver com a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco? Tudo, eu respondo.

É que, no próximo semestre, no Módulo Amarelo, que acontecerá no período matutino, a Narratividade terá como material de trabalho a cultura hip hop, estabelecendo dialogo com o pensamento de Paul Virilio e poéticas de diversos artistas, entre eles  DJ Spooky.


 

Paul Virilio (Foto: Divulgação)

 

O primeiro é um arquiteto, urbanista, pensador francês e autor de vários livros sobre as tecnologias da comunicação. É também colaborador do jornal francês Le Monde. Seu trabalho filosófico é voltado a pensar o mundo a partir do advento das mídias digitais. Segundo ele, a partir dessa “revolução ”, a noção de tempo e espaço se transformou. “Antigamente, há cerca de 10 anos, por exemplo, as diferenças de fusos horários do planeta atrapalhavam as relações humanas, sejam elas sociais, econômicas. Hoje, com a internet, isso não é mais um problema. Na crise americana de 2008, por exemplo, pessoas enriqueciam ou perdiam todo seu dinheiro em apenas 5 minutos, sentadas em suas casas, no Brasil, em Londres ou Tóquio”, observa Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro. “A humanidade está toda conectada, sem que isso seja um problema. Para Virilio, apenas o teatro e a dança são resistentes à virtualização. São artes presenciais”, completa Ivam.

 

DJ Spooky (Foto: Divulgação)

 

Já DJ Spooky, que nasceu Paul D. Miller, em Washington, DC, é um produtor, filósofo, autor e músico que adora fazer experimentos unindo hip hop a batidas eletrônicas. Também costuma desenvolver aplicativos para iPhone e iPad, sempre tendo a música como tema principal de seus trabalhos. E ocupa boa parte de seu tempo dando aulas de Música e Arte Midiática na European Graduate School, na Suíça. “O DJ Spooky trabalha muito com o conceito de remixar, no sentido de refazer o que está no nosso DNA, da troca de informações, de se apropriar de uma ideia, retrabalhá-la e lançá-la na internet, onde ela passa a não ter dono, ser de domínio público. Neste sentido, para ele, o processo colaborativo é fundamental”, observa Ivam Cabral.

“A partir do hip hop e com base em pensadores do nosso tempo, cada área da Escola vai se apropriar de questões ligadas a espaço/tempo e perspectivas de mundo.  A ideia é aproximar o teatro de questões atuais, transformando todo esse material em matéria para a cena ”, diz Joaquim Gama, coordenador pedagógico da Instituição.  Assim, as reflexões artísticas  e pedagógicas do Módulo Amarelo terão como desafio o estreitamento entre a  teoria e a pratica”, enfatiza Gama.

Assim, um amplo universo de investigações e criação cênica teremos pela frente.  A cultura do hip hop conduzirá as batidas do semestre.

 

 

Texto: Majô Levenstein

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