Quando pensamos em uma biblioteca, em geral, a primeira imagem que vem à mente é um local silencioso e confortável, que tem a função de armazenar e emprestar livros. De fato, é para isso que serve uma biblioteca, mas não só — pelo menos aqui na SP Escola de Teatro.
Segundo o bibliotecário da Instituição, Leandro Constâncio, as obrigações do setor vão além. “A biblioteca é um braço para ajudar na educação das pessoas”, afirma, confirmando que o espaço tem uma ampla gama de possibilidades quando se trata de fazer mais pela formação dos aprendizes.
É com este pensamento que Constâncio vem criando algumas ações que têm transformado a biblioteca em um espaço cultural que promove o acesso à leitura, debates e encontros com autores.

O bibliotecário Leandro Constâncio em sua mesa, onde recebe os usuários
Uma iniciativa recente que teve destaque foi o Projeto SP Livros. No último mês de maio, em uma quarta-feira, carrinhos com livros foram deixados em alguns pontos do centro de São Paulo, entre as duas sedes da Escola — na praça Roosevelt e na rua Marquês de Itu. Mais de 100 livros ficaram à disposição do público. A ideia era incentivar a leitura e a doação de exemplares.
“Foi impressionante”, comenta Constâncio. “Só de andar com o carrinho na rua, as pessoas já abordavam a gente.” De acordo com o bibliotecário, os livros se esgotaram nos primeiros dez minutos. A divulgação da iniciativa no Facebook também prova seu sucesso, com alto número de visualizações e compartilhamentos. Uma nova edição do projeto deve ocorrer nesta sexta-feira, dia 17 de junho.
A intensificação dos lançamentos de livros também foi uma das ações pensadas por Constâncio. Só no primeiro semestre de 2017, sete títulos foram autografados nas salas da SP Escola de Teatro. Sempre seguidos de mesas de discussões que mesclam coordenadores e formadores da Escola com os autores dos livros, os eventos são uma oportunidade de troca entre os aprendizes e os escritores.
A acadêmica Paula Carrara, que lançou “Corpo Voz Escuta” no início do mês, ficou entusiasmada em lançar seu livro na Escola. Para ela, a acessibilidade que a Instituição oferece — com livre entrada do público nos eventos — é um ponto positivo para a divulgação do trabalho. Constâncio diz que alguns autores procuram a Escola para promover seus lançamentos também para atingir o público jovem e ligado em cultura. “Percebo que há um apreço pela filosofia da Escola, na qual o estudante aprende de forma horizontal.”

Dois lançamentos foram marcantes para o bibliotecário: o de “Stanislávski: Vida, Obra e Sistema”, de Elena Vássina e Aimar Labaki, e o de “Soma e Sub-tração: Territorialidades e Recepção Teatral”, de Edélcio Mostaço. No primeiro, todos os exemplares disponíveis foram vendidos, e os aprendizes organizaram uma lista de espera para a compra do volume. Mostaço também ficou impressionado com a quantidade de livros vendidos e, principalmente, com a qualidade das perguntas feitas durante a mesa de discussão.
Tudo isso faz com a que a biblioteca acabe atraindo os aprendizes. Constâncio conta que o indica de reserva de empréstimos é alto. “Chegamos a ter três reservas para um mesmo título, o que não se vê com frequência em outras instituições”, diz, comemorando que os próprios aprendizes têm a iniciativa de frequentar o local. Ele nota um interesse maior em leitura entre os estudantes dos Cursos Regulares de Dramaturgia e Humor.
Constâncio também destaca o alto índice de frequência da biblioteca. “Ao contrário do que se imagina. muita gente vem ler e emprestar livros aqui. Algumas pessoas não vêm à biblioteca e têm a imagem de que ela é pouco utilizada, o que não é verdade”, reitera.
A biblioteca da SP Escola de Teatro é aberta ao público, que pode retirar livros após fazer cadastro, apresentando um documento de identidade com foto e um comprovante de residência. Os exemplares ficam na sede Marquês (Rua Marquês de Itu, 273-285, Vila Buarque) e podem ser emprestados de 3ª a 6ª, das 9h às 19h, e sábado, das 9h às 13h.