A filosofa francesa Simone Weil (1909-1943) é revivida pela atriz Natalia Gonsales no monólogo “A Última Dança”, de César Baptista, em cartaz no Viga Espaço Cênico. O espetáculo é inspirado no diário que a pensadora escreveu quando decidiu abandonar seu trabalho e sua família para se tornar operária em uma fábrica.
Entre as máquinas da linha de produção, ela relata as precárias condições do ofício (o calor das fornalhas, a fome, as doenças, o barulho, o esgotamento físico, etc.), o medo dos empregados, o crescente ritmo de trabalho, as greves, o envelhecimento nesse ambiente e os pensamentos retraídos.
Outra referência é o livro “Simone Weil – A Condição Operária e Outros Estudos Sobre a Opressão”, de Eclea Bosi. A trilha sonora da peça é composta pelos ruídos das correias, das macetadas e outros sons da fábrica, que são transformados em música pelo compositor Daniel Maia.
Filha de médicos judeus, Weil formou-se em filosofia pela universidade Sorbonne, na França. Ela foi trabalhar na linha de produção por volta dos 25 anos de idade, porque acreditava que esta era a única maneira de entender a condição operária e a opressão social.
A filósofa lutou ao lado dos republicanos na Guerra Civil Espanhola e na Resistência Francesa, durante a Segunda Guerra Mundial. Morreu precocemente, aos 34 anos, com tuberculose.
Serviço
“A Última Dança”
Viga Espaço Cênico
Rua Capote Valente, 1323 – Pinheiros, 3801-1843
De 13 de junho a 15 de agosto – Seg., 21h
R$30
