Nesta sexta-feira, 29, às 21h, a sede Roosevelt da SP Escola de Teatro receberá uma demonstração exclusiva do trabalho feito durante o curso de extensão gratuito Teatro decolonial – Reflexão e investigação cênica, orientado por Rodolfo García Vázquez. O evento ocorre em função do encerramento da oficina e conta com a apresentação dos resultados artísticos que foram fruto da reflexão acerca de um tema pouco explorado, mas muito relevante para o teatro contemporâneo: a decolonialidade. A entrada é franca e todas, todes e todos estão convidados para participar.
Tal conceito, que conduziu as discussões do curso, foi fundado pelos pensadores latino-americanos Anibal Quijano e Walter Mignolo. Segundo os pesquisadores, a decolonialidade se manifesta tanto no campo teórico quanto em práticas sociais e culturais, incluindo o teatro. O teatro brasileiro foi, historicamente, marcado pela referência eurocêntrica. Os métodos, as técnicas e os conceitos do que seria o fenômeno teatral foram colonialmente assimilados pelos artistas brasileiros.
Nas últimas décadas, temos visto na cena teatral brasileira formas novas de abordar e criar teatro. Este processo, de origem autóctone, deve-se a um processo decolonial que estamos vivendo. Nesse contexto, Rodolfo García Vázquez, co-fundador e coordenador de direção da SP Escola de Teatro, que também é um dos pioneiros nos estudos sobre o tema, buscou investigar este novo olhar sobre o fazer teatral e sua potência como expressão artística plena, a partir do estudo e da prática do teatro decolonial no Brasil.
Tendo isso em vista, no decorrer do curso foram propostos diversos jogos de improviso e estudos cênicos que procuravam dar ênfase à essa temática. Satisfeito com a devolutiva dos estudantes, Rodolfo comemorou o sucesso do curso:
“Os estudos de decolonialidade abriram um campo de investigação gigante para mim pessoalmente no teatro. Foi um grande prazer dividir esse processo com pessoas interessadas pelo tema e foram dois meses de intensos debates e descobertas”.