Na última semana, uma série de discussões tomou forma na SP Escola de Teatro – Centro de Formações das Artes do Palco, com a realização da SP TransVisão – Semana da Visibilidade Trans. Em pauta, assuntos como mercado de trabalho, tolerância e arte, tudo sob a ótica da diversidade sexual. Na sexta-feira (1º), o encerramento do evento trouxe à cena performances, que tomaram a Sede Roosevelt da Escola.
No palco do “X-MIX”, a apresentadora Renata Peron iniciou lendo um texto de autoria do ator e poeta Kinho Nascimento. Nas linhas, ele pedia por união e chamava o público para lutar por um Brasil mais igualitário: “Que este país é verde, amarelo, azul… Que é branco, que é negro, que é rosa… Este país, chamado Brasil, é de todas as cores! Homens e mulheres de todos os tipos vão dar as mãos e dizer, de coração aberto: Eu também posso!”, clamou.
A recepcionista da SP Escola de Teatro Kimberly Dias (Fotos: Arquivo SP Escola de Teatro)
Logo após, o palco encheu-se com o brilho e a animação das artistas. Entre as estrelas, Carla Hellen, Diana Pequena, Bianca Mahafe, Glamour Garcia, duas das colaboradoras da Escola, Kimberly Dias e Brenda Oliver, e a atriz e diva Phedra D. Córdoba, que interpretaram canções como “Piel Morena”, de Thalia; “Abandonada”, de Fafá de Belém, e “Quizás, quizás, quizás”, de Joanna.
No intervalo das apresentações, Renata contava histórias de algumas trans, sempre afirmando a luta por espaço e aceitação delas por parte da sociedade. “Conheço muitas meninas que estão no palco. E, assim como eu, para elas nunca foi fácil. Ainda hoje não é”, explicou.
Para fechar as cortinas e o show, a diva cubana Phedra D. Córdoba se apresentou. Entre uma música e outra, contou fatos desde sua chegada ao Brasil, durante a ditadura militar. “Eu vivia como grilo, pulando de um lado para o outro. Se descobrissem que eu era cubana, estava perdida. Hoje conquistei visibilidade, respeito e uma carreira artística consolidada”, declarou.
Brenda Oliver, também recepcionista da Escola, cantou “Piel Morena”, de Thalia
Agradecendo em nome de todas as convidadas, Renata Peron ressaltou a importância do evento: “Quantos héteros temos aqui? Olha, isso é muito interessante. Primeiro porque sempre nos apresentamos em boates e lugares frequentados pelos nossos pares. Aqui, temos a oportunidade de mostrar nossa cultura para pessoas que talvez nunca fossem a um show nos assistir. Isso nos dá a chance de compartilhar o que somos, em união e festa”, finalizou.
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Texto: Leandro Nunes