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Histórias de Guerra em Cena

Publicado em: 09/11/2012 |

Uma sala escura. De um lado, uma mesa, com fotografias espalhadas e um abajur que por vezes se acendia, destacando o rosto de uma mulher. Do outro, um homem sentado no chão, de costas para um espelho e com uma vela que, quando acesa, revelava seus traços. Com ele, também estavam um telefone sem fio feito de barbante e duas latas, uma caixa de fósforos e uma pequena lanterna.

 

A cena que abrigava esses elementos surgiu do workshop “Do Papel à Cena”, ministrado pelas atrizes Paula Arruda e Thaís Medeiros, da Cia. Provisório-Definitivo, na SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco. E os aprendizes eram Thadeo Ibarra e Stella Menz, ambos do curso de Atuação, período matutino. Eles reviveram histórias contadas por seus antepassados que presenciaram situações de conflito. 

 

Stella Menz durante a cena (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

A proposta da oficina, que teve início no dia 16 de outubro e se encerrou hoje (9), era proporcionar aos participantes uma experiência teatral com jogos dramáticos e improvisações, era desenvolver cenas baseadas em relatos de jovens que viveram situações de guerra. O mesmo processo foi realizado pela Cia. Provisório-Definitivo em “As Estrelas do Meu Céu São Feitas de Bombas do Inimigo”, espetáculo que deve estrear no fim de novembro, sob a direção de Nelson Baskerville.

 

As falas se intercalavam: ora era ela quem tomava a luz para si e falava, ora ele. Ao final, se aproximaram e enfim travaram um diálogo. Os fatos expostos por eles eram verídicos e realmente representavam passagens da história de suas famílias.

 

“Essa é uma parte do resultado dos nossos oito encontros. Nossa ideia era compartilhar a pesquisa e a metodologia de trabalho dessa criação. Apesar de ter sido feita em pouco tempo, os participantes compreenderam a proposta e nos surpreenderam”, afirmou Thaís Medeiros ao abrir o debate sobre a oficina.

 

Segundo ela, houve ali mais do que uma relação entre as narrativas dos aprendizes e a que a companhia desenvolveu. “Eles trouxeram elementos cênicos que também compõem nosso trabalho no grupo. Houve uma sincronia que só existe entre nós, artistas”, concluiu.

 

 

Texto: Felipe Del

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