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Intercâmbios

Publicado em: 27/02/2018 |

“Com o advento e a expansão da internet, dentre outros fatores socioeconômicos, inseridos na ideia de globalização, as fronteiras geográficas foram destruídas (ou amenizadas, pelo menos) e hoje, travar contato com o exterior é imprescindível para compreendermos o mundo em que vivemos. Aqui, na SP Escola de Teatro, acreditamos piamente nisso. E desde o início procuramos nos manter conectados com o mundo inteiro, descobrindo nesse processo que há muito em comum entre o teatro brasileiro e o português, por exemplo. E também há muitas diferenças, singularidades que tornam a arte uma ferramenta tão poderosa e transformadora.”

As palavras do diretor executivo Ivam Cabral mostram a importância dos intercâmbios promovidos pela SP Escola de Teatro, tendência que ganhou continuidade neste ano.

Pensando nisso, e reconhecendo a importância de fazer com que os estudantes estrangeiros sintam-se bem no País, a Instituição lançou em janeiro o Guia Básico para Intercambistas, que contém números para contato importantes, lugares onde comer e beber nos arredores das sedes da Escola, endereços de espaços culturais, entre outras instruções fundamentais para aproveitar melhor esse período de estudos.

Logo no início do ano, a Escola recebeu três novos intercambistas, cada um vindo de um País e, inclusive, de continentes diferentes: a uruguaia Jimena Ríos, que estudou Cenografia e Figurino, e a moçambicana Rita Couto e o português Bernardo Xavier, que cursaram Atuação.

Uma das parcerias nesse âmbito também cria uma ponte que liga o Brasil a um pequeno país insular africano. Com Cabo Verde, a Escola trava diálogos desde 2012, com o apoio da Associação Artística e Cultural de Mindelo (Mindelact).

Em 2014, esse laço não só foi mantido como fortificado, gerando resultados para ambos os lados: Elton John e Ricardo Fidalga, aprendizes cabo-verdianos, cumpriram intercâmbio na SP Escola de Teatro. Elton estudou Atuação e Direção, enquanto Ricardo fez Humor. Do lado brasileiro, um aprendiz da Escola foi ao país para explorar sua musicalidade e levar os sons do Brasil. Selecionado por meio de um Edital, Renato Navarro, aprendiz egresso de Sonoplastia, ministrou oficinas e desenvolveu uma pesquisa por lá.

Dois representantes da Escola foram à Polônia em março, a convite do Departamento de Cultura de Marshal, através do programa “Wake up – call for culture”, cofinanciado pela União Europeia. Lá, eles foram apresentados às performances do Nowy Theater, Theater of the Eighth Day, Great Theatre e da Poznań Philharmonic Orchestra.

Em abril, a Colômbia também ficou mais perto do Brasil. Isso porque dois representantes da Escola foram ao país, para participar do Congresso Ispa (International Society for the Performing Arts).

No primeiro semestre, a parceria com a Suécia, mantida já há anos, ganhou novos e potentes capítulos: duas aprendizes da Escola foram para lá, concretizando o intercâmbio cujo edital foi lançado no ano passado. As selecionadas, Olivia Vieira, de Atuação, e Daniela Miranda, de Humor, tiveram a oportunidade de estudar na renomada Stockholm Academy of Dramatic Arts (Sada) durante dois meses. Além delas, quatro representantes pedagógicos da Escola também foram em outra ocasião.

E o Brasil também recebeu de braços abertos vários suecos da Sada, incluindo uma delegação de cinema que veio trocar ideias com a diretoria e a equipe pedagógica. E mais: dois aprendizes suecos integraram os Cursos Regulares durante três meses, Klas Lagerlund e Malou Zilliacus.

Em novembro, o coletivo performático OuUnPo (Ouvroir d’Univers Potentiels), formado por artistas, curadores e pesquisadores europeus, encerrou o ciclo de pesquisa denominado “Catastrophe & Heritage” (Catástrofe e Herança), que teve início em 2012 e já passou por Suécia, Itália, Japão, Grécia e Líbano. Um dos locais escolhidos para o evento foi a SP Escola de Teatro.

Outro foco do ano foi a Polônia. Em 2014, a Escola lançou um Processo Seletivo de Intercâmbio para o país. Cumpridas as etapas da seleção, lá foram Aline Negra Silva e Felipe de Oliveira, aprendizes egressos dos cursos de Direção e Cenografia e Figurino, respectivamente. A proposta era a montagem de um texto do dramaturgo tcheco Roman Sikora, com a equipe da instituição parceira, o Teatr Fredry, da cidade de Gniezno, sob direção artística de Lukasz Gajdzis.

Depois de dois meses de trabalho, a montagem estreou no dia 19 de dezembro. E não apenas lá, mas aqui no Brasil também, no mesmo dia, só que com outra equipe, formada por aprendizes atuais e egressos da Escola, sob direção de Adriana Lobo Martins.

Para encerrar um ano tão repleto de contatos internacionais, o Programa Kairós está oferecendo uma nova vaga de intercâmbio cultural, desta vez para a Inglaterra e voltada a aprendizes de Atuação e Humor. As inscrições vão até o dia 9 de janeiro. O selecionado estudará durante alguns dias na conceituada Guildhall School of Music & Drama, que foi eleita pelo jornal britânico The Guardian como instituição especializada número 1 do Reino Unido em 2013 e 2014. “Além de todo reconhecimento por conta do ensino de excelência que ela oferece, a Guildhall é uma instituição com mais de 130 anos. Saber que uma escola desse porte está interessada em travar contato com nós, aqui, é definitivamente surreal. É um privilégio que certamente renderá frutos belíssimos em breve”, diz Ivam Cabral.