EN | ES

Apresentação

Publicado em: 27/02/2018 |

Dia 18 de janeiro de 2014, sábado de manhã. Brás, região central de São Paulo: dezenas de estudantes estão reunidos no prédio de número 2.401 da Avenida Rangel Pestana. Os responsáveis pela movimentação são os novos aprendizes da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, ansiosos pelo que viria no primeiro dia de aula na concorrida Instituição.

Durante as horas seguintes, os aprendizes foram apresentados à diretoria e aos coordenadores dos Cursos Regulares e receberam seus kits e camisetas. Os ingressantes também participaram de duas oficinas que funcionam como ritual de iniciação: na primeira, os aprendizes colocaram a mão na massa e aprenderam a arte de fazer pães, que logo em seguida foram degustados. Na segunda, o artista plástico Juvenal Irene conduziu os participantes em uma aula de pintura de azulejos.

À tarde, ainda haveria um encontro com o escritor e roteirista Antonio Prata e uma leitura dramática do texto “Estações”, da aprendiz de Dramaturgia Nina Nóbile.

Nesse ritmo intenso, misto de celebração, estudo, experimentação e comunhão, começou e seguiu até o fim o ano letivo da SP Escola de Teatro.

Como o sistema pedagógico da Escola prevê Cursos Regulares de dois anos, estruturados em quatro módulos independentes e autônomos, o primeiro semestre abrigou os aprendizes em dois módulos, cada um com suas próprias provocações: o Azul, abrangendo os aprendizes do período vespertino, e o Verde, do período matutino.

O módulo Azul teve como eixo temático a performatividade e, como operador – ou seja, o modo por meio do qual as técnicas e conteúdos são trabalhados, sendo geralmente um pensador –, Elisabeth Young-Bruehl e seu conceito de criancismo; o material de trabalho foi composto pelas Artes Visuais (a criança e suas múltiplas representações), e, finalmente, o pedagogo que serviu de referência para os estudos foi a companhia teatral britânica Forced entertainment.

Já o módulo Verde teve como eixo temático personagem/conflito. O operador – ou seja, o modo por meio do qual as técnicas e conteúdos são trabalhados, sendo geralmente um pensador –, também foi Elisabeth Young-Bruehl e seu conceito de criancismo; o material de trabalho foi composto por textos que tratam do universo da criança e entrevistas e depoimentos sobre a infância, e, finalmente, o pedagogo que serve de referência para os estudos foi o dramaturgo, escritor, roteirista e compositor inglês Philip Ridley.

Foi sobre essa base que os aprendizes estudaram e desenvolveram suas proposições, ora em sala de aula, com seus colegas de curso, ora em grupos de trabalho formados por aprendizes de todas as áreas abraçadas pelos oito Cursos Regulares da Instituição: Atuação, Cenografia e Figurino, Direção, Dramaturgia, Humor, Iluminação, Sonoplastia e Técnicas de Palco.

O segundo semestre letivo, por sua vez, teve início no dia 21 de julho, com uma divertida aula inaugural ministrada pelo irreverente ator, humorista e comediante Fábio Porchat, um dos idealizadores do canal Porta dos Fundos, que também tem formação em teatro, pela CAL – Casa de Artes das Laranjeiras.

A partir daí, o semestre foi dividido nos dois módulos restantes: o Amarelo (matutino) e o Vermelho (vespertino). O primeiro teve como eixo temático a narratividade. O operador foi o economista francês Thomas Piketty; o material de trabalho foi “Dinheiro e poder no Brasil”, tendo como elemento disparador a trajetória do empresário Eike Batista, e, finalmente, o pedagogo foi René Pollesch, dramaturgo e escritor alemão.

No módulo Vermelho, diferentemente dos outros, o eixo temático deveria ser definido por cada núcleo, assim como o artista pedagogo. Tanto o material de trabalho quanto o operador foram os mesmos do Amarelo.

Novamente, os aprendizes trabalharam conteúdos específicos do curso e, depois, utilizaram tais conhecimentos com seus núcleos de trabalho. Na fase mais importante do semestre, chamda de Experimento, todas as áreas se encontram e dão origem a um projeto comum. Saiba mais sobre o que aconteceu nos Experimentos deste ano.