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Ziembinski por Antonio Gilberto

Publicado em: 25/10/2012 |

O diretor e ator polonês Zbigniew Marian Ziembinski, um dos maiores nomes do teatro mundial e brasileiro, nos deixou em 18 de outubro de 1978, aos 70 anos. Ele renovou o teatro nacional ao chegar ao País, no início da década de 40, fugindo da 2º Guerra Mundial.

A maioria dos estudantes de teatro e amantes do palco, infelizmente, nem teve a oportunidade de vê-lo em cena, no tablado. Alguns se recordam de sua figura nos programas “Casos Especiais”, que a Globo levou ao ar nos anos 70. Seu legado conta com 50 anos de teatro, 35 dos quais no Brasil, onde dirigiu 94 peças. Em sua homenagem, a seção Bravíssimo desta semana reproduz, abaixo, a apresentação do livro “Ziembinski – Mestre do Palco”, escrito por Antonio Gilberto, para a Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Para baixar o livro, na íntegra, clique aqui.

“Não conheci Ziembinski, esse diretor e ator polonês, que aprendi a admirar pela sua trajetória humana e profissional, muito antes de fazer o vestibular para o Curso de Direção.

Consegui saborear os inesquecíveis ‘Casos Especiais’, que Ziembinski realizou como diretor e/ou ator, e tive o privilégio de acompanhar as suas interpretações nas novelas da TV Globo, nos anos 70.

Infelizmente, não assisti a nenhuma interpretação sua no palco, tão pouco um espetáculo dirigido por ele, mas isso não impediu que nossa geração tivesse a clareza da sua determinante importância para o Teatro Brasileiro Moderno. Sua direção para ‘Vestido de Noiva’, de Nelson Rodrigues, faz parte do nosso imaginário. Mesmo quem não esteve na plateia do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em dezembro de 1943, consegue visualizar a revolução daquela montagem.

E partir das imagens desse espetáculo (e das outras montagens que Ziembinski realizou para esse texto de Nelson Rodrigues) iniciei minha pesquisa, com o objetivo de localizar os registros fotográficos do trabalho desse homem que dedicou a sua vida ao teatro, cinema e televisão do nosso País, para resgatar a sua carreira no Brasil, de 1941 a 1978.

O projeto inicial era realizar uma exposição, mas o convite da Imprensa Oficial de São Paulo, viabilizou essa homenagem, através da ‘fotobiografia’, que entrego ao público, ainda que incompleta, pois não seria possível colocar, em um único volume, todas as imagens levantadas e catalogadas, que retratam a trajetória profissional de ‘Zimba’, como era carinhosamente chamado pelos seus colegas e amigos no Brasil.

O nosso obrigado, Mestre do Palco!”

Texto: Majô Levenstein