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Xuxa Lopes por Marcos Loureiro

Publicado em: 27/03/2012 |

Xuxa Lopes, atriz de talento ímpar, transita com grande desenvoltura por teatro, cinema e televisão.

 

A primeira vez que a vi atuando, foi num filme da cineasta Ana Carolina, numa entrega total às loucuras da diretora, que tem em Xuxa, sua atriz fetiche. São parceiras e amigas de muitos anos. Fez com ela “Das Tripas Coração” e “Sonho de Valsa”.

 

Em 1990, no espetáculo “Vem Buscar-me que Ainda Sou Teu”, de Carlos Alberto Soffredini, direção de Gabriel Vilela, mais uma vez seu talento explodia em cena. Era de um magnetismo, sua atuação, que eu não conseguia tirar os olhos dela. Passava das cenas dramáticas às cômicas, num piscar de olhos, sem os artifícios que os atores experientes vão desenvolvendo com o passar dos anos. Era emocionante de ver.

 

Em “A Morte e a Donzela”, de Ariel Dorfman, com direção de José Wilker, tendo como parceiros de palco Tony Ramos e Otávio Augusto, ganha o prêmio Shell de melhor atriz de 1992, por sua atuação como uma mulher que havia sido torturada durante a ditadura chilena.

 

Xuxa Lopes é sempre elogiada por seus trabalhos. Foi assim em “Louco de Amor”, de Sam Shepard, “Mary Stuart”, de Schiller, “A Rainha de Beleza de Leenane”, de Martin McDonagh, “Jantar Entre Amigos”, de Donald Margulies, entre outros espetáculos dos quais participou.

 

Sempre que ouço falar de um projeto teatral em que esteja, sei que é sinônimo de qualidade. Uma atriz de credibilidade, sempre atenta e ligada à dramaturgia mundial, onde busca textos que propõem grandes discussões humanas.

 

Em 2007, tive o prazer de conhecê-la pessoalmente. Ao assistir dois espetáculos que eu dirigia na época, “Hotel Lancaster” de Mário Bortolotto e “Delicadeza” de João Fábio Cabral, me convidou para dirigi-la em “La Musica”, de Marguerite Duras.

 

Então, veio a confirmação de tudo que pensava dela: uma atriz talentosa, dedicada e disciplinada. Procura sempre dar o melhor de si. É capaz de driblar os nove jogadores adversários e passar a bola ao outro jogador pra que ele faça o gol, tamanha sua generosidade. Joga pro time e não pra ela somente. Qualquer diretor ficaria feliz em tê-la em seu elenco. Porque Xuxa Lopes é uma mulher que ama o que faz, ser atriz.

 

Parabéns à grande atriz Xuxa Lopes! 

 

 

Veja os verbetes de Marcos Loureiro e Xuxa Lopes na Teatropédia.

 

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