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Fabiano Lodi, novo artista docente de Direção, revela expectativas para o semestre letivo

Fabiano Lodi/Divulgação

Fabiano Lodi, diretor com uma longa carreira no teatro e também professor há muitos anos, é o novo artista docente de direção do módulo verde da SP Escola de Teatro.

Mestre em Arte-Teatro pela UNESP, é responsável pela Leneus Produtora de Arte, criada em 2010 e onde realiza projetos artísticos, culturais e formativos. Desde 2005, desenvolve um trabalho continuado de pesquisa sobre direção teatral, envolvendo os Métodos Suzuki e Viewpoints.

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Neste primeiro semestre de 2021, dividirá essas responsabilidades com a de ensinar e orientar os estudantes da instituição, tarefa empolgante e muito satisfatória, como ele próprio definiu. Em entrevista ao site da SP, Fabiano revelou como é lecionar na Escola, os desafios e conquistas do Teatro Digital e como serão suas aulas e experimentos cênicos desenvolvidos em parceria com os estudantes; confira!

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Como é ser artista docente na SP Escola de Teatro? Quais são seus planos para esse semestre como professor ?

“Eu estou muito feliz e animado com essa oportunidade! Fui recebido com enorme carinho por toda a equipe da SP Escola de Teatro e pela turma de aprendizes de direção teatral do Módulo Verde e me sinto grato pela confiança. Acredito na proposta pedagógica da escola, em que artistas formam artistas. E meus planos envolvem um intercâmbio continuado de saberes e experiências. A trajetória singular de cada pessoa favorece a jornada formativa, ampliando nossos horizontes, ajudando a tecer uma abordagem colaborativa de se estar no mundo. Nada disso é fácil, mas é possível. Vamos mover nossas potências de vida para que este seja um semestre memorável”.

O ensino digital tem lados bons e ruins. Quais vantagens você acredita que existam no ensino digital e como pretende explorá-las?

“O ensino de teatro digital exige uma série de coisas que, se analisarmos bem, não apresentam muitas diferenças em relação às práticas presenciais. Precisamos desenvolver, em ambos os casos, um grau de atenção para acontecimentos simultâneos e imprevisíveis, por exemplo. Além disso, temos de lidar com um certo nível de operações “artesanais”, como abrir e fechar câmeras, transformar espaços e combinar diversos elementos para a composição das nossas criações artísticas. Pretendo investigar possíveis equivalências entre teatro digital e “analógico” e como estas instâncias podem se manifestar na prática. É claro que a presença não mediada pela tecnologia nos faz falta. No entanto, continua sendo possível interagir com um público ao vivo, despertar os sentidos e a criatividade, sentir aquele frio na barriga antes de entrar na cena-tela e criar redes de afeto”.

O que os estudantes da SP podem esperar aprender neste semestre com as suas vivências e ensinamentos?

“O que nos mobiliza como artistas é a experimentação prática de nossos ideais éticos e filosóficos, bem como a possibilidade de imaginar outros mundos para além da realidade tal qual observamos na vida cotidiana. E esta é a proposta para esse semestre! A SP Escola de teatro oferece todas as condições técnicas e pedagógicas para que as investigações artísticas sejam desenvolvidas plenamente. E que, por meio da experiência vivida, possamos desenvolver mais e mais algumas condutas inerentes à prática da direção teatral, como a escuta, a capacidade de negociar interesses, articulação de diferentes linguagens, liderança colaborativa e o livre exercício da criatividade.”

Conte um pouco da sua experiência como artista no Brasil.

“Embora eu seja um diretor e me dedique a esta prática artística, minha experiência é bastante diversa e envolve práticas como ator, professor, produtor, dramaturgo e pesquisador. Eu gosto de manter diversos interesses e articulá-los de maneiras variadas. Acho que assim é possível sustentar o frescor das novidades e sempre aprender coisas novas, o que enriquece a experiência de arte e vida. Eu moro em São Paulo desde 2008 e aqui tenho feito trabalhos principalmente como diretor e professor. Tenho uma produtora, a Leneus Produtora de Arte (@leneus.arte), que desde 2010 tem sido um espaço para fazer os projetos acontecerem, e formar parcerias artísticas. Me interesso especialmente pelas práticas formativas e de treinamento em direção teatral. Esta é uma pesquisa que venho desenvolvendo desde 2005, buscando responder à pergunta “quais são as práticas que favorecem um contínuo aprimoramento técnico da arte da direção teatral”? E, neste sentido, tenho me dedicado a exercitar continuamente as técnicas de Viewpoints e Método Suzuki, inspirado pelas práticas da diretora Anne Bogart e do diretor Tadashi Suzuki, que articulam treinamentos em seus processos criativos e com os quais eu já pude estudar diretamente e acompanhar de perto o trabalho desenvolvido.”

Por Luiza Camargo

 




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