Durante a segunda fase do Processo Seletivo 2012, a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco convidou diversos artistas da cena teatral nacional para participar da avaliação dos candidatos. Um deles foi o diretor e dramaturgo Maurício Paroni de Castro, que contribuiu com a seleção do curso de Direção, coordenado por Rodolfo García Vázquez.
Ao final das avaliações, Paroni se mostrou bastante satisfeito com o nível e o perfil dos candidatos. “Fiquei contente, pois tivemos um grande número de jovens bem preparados. Além disso, recebemos mais mulheres que homens, e isso reflete o que hoje é uma grande tendência do teatro mundial.”
Outro ponto destacado pelo diretor foi o próprio sistema adotado pela Instituição no Processo Seletivo. “É muito positivo pelo cunho de aprendizado imediato prático, essa é a intenção. O candidato tinha a chance de conhecer como trabalhar com três autores clássicos de maneira substancial, e, mesmo que não fosse aprovado, ganharia experiência e estímulo para prosseguir. É como se fosse uma espécie de teste-aula”, observa.
Tendo sido integrante de muitos processos seletivos, Paroni afirma que, ao seu modo de ver, o realizado pela Escola supera vários outros que já conheceu. “Pelo nível daquilo que é pedido, é melhor que muitos que existem por aí e chega a se igualar ou até ser superior do que alguns que são bem conceituados”, finaliza.
O Artista
A passagem de Paroni pela SP Escola de Teatro não é inédita. No ano passado, ministrou aulas aos aprendizes de Direção, e, atualmente, traduz uma série de volumes – especialmente monólogos e cenas curtas de autores inéditos no Brasil – para o acervo da Biblioteca Virtual de Artes do Palco, organizada pela Instituição.
O início da trajetória acadêmica de Paroni se dá na Universidade de São Paulo (USP), onde cursou Direito e Filosofia. Depois disso, residiu por 15 anos em Milão, formando-se na Scuola D’arte Drammatica Piccolo Teatro.
Desde 1998, está artisticamente associado à companhia escocesa Suspect Culture, e trabalhou, como professor residente, na Universidade Statale di Pavia (Itália), em 1999; na Volda Universitat (Noruega), em 2003; e na Royal Scottish Academy of Music and Drama (Glasgow, Escócia), entre os anos de 2002 e 2004.
Já como diretor, encenou mais de 40 espetáculos no Brasil, Itália, Reino Unido, Portugal, Noruega e República Tcheca. Também ocupou, durante 10 anos, o cargo de diretor estável do Centro Di Ricerca Per Il Teatro, em Milão. Atualmente, se dedica aos trabalhos de seu coletivo Atelier de Manufactura Suspeita e dirige a peça “Correnteza”, de Gabriela Mellão.
Texto: Felipe Del