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Seminário da Mostra de Estudantes PQ-23 é um sucesso!; confira um panorama geral do evento

Publicado em: 27/06/2022 |

Aconteceu entre os dias 21 e 23 de junho, o 2º Seminário da Mostra de Estudantes da Quadrienal de Praga de 2023, que foi integralmente exibido através do canal do YouTube da SP Escola de Teatro e cujas as palestras estão disponíveis digitalmente para o público.

A intenção do segundo seminário foi a de aprofundar ainda mais as discussões sobre os temas na relação com o ensino brasileiro de cenografia e áreas correlatas. O primeiro seminário aconteceu em dezembro do ano passado, com o tema: Tradição e Transgressão na arte, e contou com a participação de importantes nomes da cenografia, figurino, cenotécnica e direção de teatro.

Para J. C. Serroni, cenógrafo, coordenador dos cursos de Cenografia e Figurino e Técnicas de Palco da SP, idealizador da Mostra e participante ativo da Quadrienal, ela é “o maior evento dessa natureza no mundo!”, e discutir sua importância e propostas são fundamentais. A ADAAP, associação que gere o projeto da SP Escola de Teatro, é uma das apoiadoras da iniciativa.

O seminário foi dividido em três encontros, confira abaixo um panorama geral do evento com um pouco do que ocorreu em cada um desses dias:

 

Terça-feira (21/06)

TEMA: ENSINO DA CENOGRAFIA E ÁREAS CORRELATAS

com Fausto Viana, Fátima Lima, Viviane Ramos e Fernando Marés na mediação

Viviane Ramos, artista docente da SP, foi quem iniciou a discussão, a educadora decidiu abordar inicialmente uma área correlata à cenografia: as técnicas de palco. Para explicar a importância do ensino e estudo do campo, Viviane partiu da história do curso na instituição. Para tanto, pontuou que, dentro da escola, as linhas de estudo de Cenografia e Figurino e Técnicas de Palco são complementares, portanto, muitas aulas e exercícios são organizados para que os estudantes trabalhem em conjunto. De forma que, tal relação é fundamental para que seja realizado um aprofundamento nos estudos dos aprendizes.

A partir disso, a artista docente contou um pouco da história do curso regular no cenário brasileiro, a qual está diretamente ligada à trajetória da própria SP. Nesse sentido, ela explicou que o curso de Técnicas de Palco busca formar profissionais para atuarem nos bastidores de espetáculos teatrais, ele foi pensado pelo cenógrafo JC Serroni, quando esse foi convidado para fazer parte da equipe que construiu a instituição. Viviane ressaltou que o profissional formado em Técnicas de Palco tem diversas opções a seguir profissionalmente, pois um dos objetivos principais do curso é formar técnicos capacitados para atuar no mercado de trabalho. Além disso, essa formação também pretende resgatar conhecimentos sobre métodos construtivos nos mecanismos cênicos que estavam se perdendo por conta de questões diversas. A educadora comenta melhor como esse processo se deu ao longo dos anos:

“No teatro, os detentores dos saberes, os quais sempre foram passados de mestre para aprendiz, estavam migrando para outras áreas, como publicidade, TV, cinema, ou até falecendo e, dessa forma, levado consigo esses conhecimentos práticos da área; os preciosos macetes no trabalho, que são tão importantes e estão ligados à nossa realidade no fazer teatral”.

 

Quarta-feira (22/06)

TEMA: PARTICIPAÇÃO DAS ESCOLAS NAS QUADRIENAIS

com Lidia Kosovisk, Luiz Henrique, Dalmir Rogério, Helô Cardoso e Thiago Bassani na mediação

No segundo dia do seminário Helô Cardoso foi uma das convidadas para conversar com o público a respeito da temática proposta. A docente comentou a participação das escolas nas quadrienais a partir de sua perspectiva como professora do Instituto de Artes da Unicamp desde 1986. Para tanto, ela contou brevemente a história do nascimento Instituto de Artes da UNICAMP:

“ A grande diferença do ensino de cenografia, figurino, visualidades no Curso de Graduação – Instituto de Artes da UNICAMP é que este curso foi criado por um grupo de Teatro no final dos anos 1970. O diretor Celso Nunes e o grupo Pessoal do Victor foram convidados para incentivar atividades teatrais na Universidade; como oficinas de criação cênica e montagens de cenas e peças. Este grupo era formado por atores, diretores, cenógrafos, figurinistas e músicos, como Marcília Rosario, Marcio Tadeu, Reinaldo Santiago, Paulo Betti, Adilson de Barros, Eliane Giardini, Waterloo Gregório, Anton Chaves. “, explicou Helô Cardoso.

A docente também ressaltou que uma das maiores características deste grupo era a intensidade e densidade dos trabalhos apresentados profissionalmente, os quais demonstravam o quanto a pesquisa cênica nos seus mais variados aspectos era intrínseca e visceralmente vivenciada pelos seus integrantes. De maneira que, esse fator foi decisivo na escolha desses artistas para desenvolver tal empreitada de criar um instituto dessa magnitude. Estas iniciativas foram um sucesso fazendo com que o instituto de Artes formalizasse estas atividades, criando um curso de graduação em Artes Cênicas – Bacharelado de Ator.

 

Quinta-feira (23/06)

TEMA: RARO NA RELAÇÃO COM TRADIÇÃO & TRANSGRESSÃO

com Gabriel Vilella, Bruce Macêdo, Simone Mina e Mila Goudet na mediação.

No último dia do Seminário da Mostra de Estudante PQ-23, o primeiro a abordar o raro na relação com tradição e transgressão foi Bruno Macêdo. Professor da Universidade Federal do Pará, lotado na Escola de Teatro e Dança, ele comenta um pouco acerca dos seus interesses de pesquisa em saberes e técnicas rústicas de artesania empregadas na construção de artefatos de caça, pesca, transporte e edificação, existentes em comunidades remanescentes indígenas e quilombolas da Amazônia, nos quais desenvolve atividades educacionais e artísticas a partir da utilização de fibras naturais. Bruno Macêdo explica tal relação, pontuando como ela se dá em sua prática pedagógica:

“Sempre uso como fio condutor, seja em qualquer prática artística, seja em sala de aula, o pressuposto de que a nós devemos saber olhar de forma sensível o nosso próprio quintal, pois temos à nossa disposição, materiais em situações variadas, em termos de construção e de criação, que foram deixados por nossos ancestrais. Nesse contexto, nós precisamos saber respeitar e fazer um bom uso disso, portanto, primeiro acho necessário falar daquilo que me motiva enquanto artista, que é o encantamento que eu tenho pela a minha origem interiorana e pela minha vivência no interior.“




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