O palco do National Theatre, em Londres, é considerado um dos (senão o) mais tradicionais templos do teatro clássico britânico. Prova disso é que seu primeiro diretor artístico foi sir Laurence Olivier, em 1963.
Pois bem. Hoje (21), às 20h30, o palco do National Theatre entrará para a história do teatro brasileiro, com a estreia do espetáculo “The Ritual” (no original, “O Ritual”), de Samir Yazbek, que será o primeiro dramaturgo brasileiro a ter uma peça encenada ali. A apresentação faz parte do The Connections Festival, que tem uma vertente brasileira, o Festival Conexões, organizado desde 2007 pela Cultura Inglesa, pelo British Council, Colégio São Luís e Teatro Célia Helena.
“The Ritual” foi escrito a partir de um convite do National Theatre, depois que o diretor do The Connections Festival (Festival Conexões), Anthony Banks, veio ao Brasil para buscar um dramaturgo que representasse o País na Inglaterra.
A primeira versão de “The Ritual” foi amadurecida após leitura dramática com os atores da Companhia de Teatro Vizinho Legal, dirigida por Leandro Oliva. O texto final ganhou forma durante um workshop, realizado com atores e diretores londrinos, em novembro de 2011, e encenado por cinco grupos ingleses, em temporadas que se iniciaram em março de 2012, sendo que a montagem com jovens do Rotherham College foi escolhida para se apresentar no National Theatre.
Em cena, o protagonista, Joel, jovem que propõe aos amigos a criação de encontros semanais, nos quais deverão esquecer relacionamentos amorosos e partir para outros, sem envolvimento ou afeição.
Mas se você não está em Londres, pode ficar tranquilo. A versão original de “The Ritual”, “O Ritual” (já que o texto foi escrito em português e traduzido para o inglês pelo dramaturgo britânico Mark O’Thomas), será dirigida por Yazbek, com estreia prevista para novembro, aqui em São Paulo.
Yazbek é um dos autores de maior destaque na cena brasileira atual. Ele ganhou o Prêmio Shell 1999 de melhor autor por “O Fingidor”, e o Prêmio APCA 2010 por “As Folhas do Cedro”. Atualmente, está em cartaz com a peça “Fogo-Fátuo”, uma parceria com o ator Helio Cicero, da Companhia Teatral Arnesto nos Convidou, da qual também faz parte.
Texto: Majô Levenstein