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Ritmo e Teoria

Publicado em: 04/11/2010 |

Duas conferências movimentaram o Teatro Aliança Francesa, em São Paulo, na noite de quarta-feira (3). Fruto de uma parceria da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco com a extensão paulista do Centro Internacional de Pesquisa sobre a Formação em Artes Cênicas (Ecum), o evento reuniu os renomados artistas-pedagogos russos Alexey Levinskiy e Tatiana Stepantchenko.

 

Com a plateia lotada, eles abordaram temas como a Biomecânica, de Meyerhold, e o processos do ator-criador.  Entre suor, equilíbrio, ritmo e concentração, quem iniciou a conferência foi o ator, diretor e professor Alexey Levinskiy, auxiliado pela tradutora Elena Nikitina. Acompanhado de um assistente incomum: um bastão de madeira de aproximadamente um metro, o artista fez demonstrações sobre o treinamento em  Biomecânica.

 

Levinskiy revelou que essa prática ajuda o ator a se perceber no tempo e no espaço cênico. Em uma posição estável e com pouquíssimas oscilações, enquanto girava o bastão de forma precisa, ele brincou: “Deixar o bastão cair é permitido, não é preciso pegá-lo de volta sempre”.

 

Foi dessa maneira despojada que o ator russofez um uma série de exercícios em movimentos extracotidianos e com variação de ritmos, sempre mantendo a agitação do bastão. Na sequência, apresentou “Jogo com a Pedra” e “Arco e Flexa”, pequenas cenas que são denominadas études.

 

As atrizes Vera Bonilha e Simone Shuba comentaram que a apresentação do ator foi impactante. “Cenas simples e com um enorme coeficiente de humanidade. Alexey demonstrou maestria, concentração e ritmo. Arte com A maiúsculo”, se emociona Vera.

 

Após poucos minutos de intervalo, quem subiu ao palco foi a atriz, diretora e também pedagoga Tatiana Stepantchenko que, ao lado do tradutor Diego Moschkovich, falou sobre como se deu a sua formação no GITIS Higher Directors’ School e da importância, para sua trajetória, do contato que teve com Maria Knebel, discípula direta de Constantin Stanislavski. 

 

Durante um bate-papo informal, além de responder a inúmeras perguntas, a atriz abordou a ação psicofísica, pertinente e justificada como “motor” do jogo, a relação do ator e do diretor intimamente ligados em cena e o desenvolvimento das personagens e das ações em uma determinada dramaturgia.