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Preparando o Terreno

Publicado em: 17/05/2011 |

No quadro branco estão escritas palavras como adesivo, lona vinílica, lona backlight, ps poliestro, acrílico, mdf, router e tecido. Parece difícil, mas a formadora explica tudo com muita propriedade. Os nomes se referem a tipos de materiais de impressão. Em outras palavras, o cenógrafo escolhe em qual material o design imprimirá os textos e/ou imagens selecionadas por ele.

 

O Componente Design Gráfico, ministrado por Paula de Paoli, formadora convidada do curso de Cenografia e Figurino da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, oferece aos aprendizes noções de estrutura para “preparar o terreno”. Como são feitos os trainéis e painéis, quando e por que usar a lona ou adesivo, se é melhor grampear ou pendurar, enfim, todo a base que um profissional dessa área necessita para produzir um bom cenário. Além de todas as informações sobre materiais, Paula cita, durante a aula, alguns programas utilizados para a parte gráfica: Photoshop, Illustrator e CorelDraw.

 

Na sequência, Paula explica que a diferença entre trainel e painel . O trainel é uma estrutura de sarrafo – de 5, 7 ou 10 cm – que é usado quando o cenógrafo quer ter uma imagem grande, esticada e grampeada, “parecendo um pandeiro”, exemplifica. “Já o painel, também é uma estrutura, porém chapeada com madeira, o que resulta em uma superfície mais resistente.”

 

Sobre a utilização da lona ou adesivo, a formadora explica que a primeira é mais leve e mais maleável, portanto, é uma alternativa mais econômica, enquanto que a segunda é mais “encorpada” e gera muita mão-de-obra – pintor, selador, marceneiro – não sendo a melhor opção para eventos de curta duração.

 

Com relação ao formato grampeado e pendurado, a formadora diz que quando se faz um trainel com lona grampeada, deve-se contar com uma parte a mais de material, que é chamado de sangria. Essa “sobra” deve ser muito bem calculada para se conseguir um bom acabamento. Se for fazer a lona pendurada, não é necessário sangria, porém, como o contorno do tecido não é “preso”, a imagem/texto não fica esticada/o, resultando em uma aparência de banner. “Acho importante conferir uma aula prática, visto que os aprendizes estão em meio a um período de experimentação”, diz Paula.

 

Alinhada com o pensamento ver da SP Escola de Teatro, a formadora deu uma dica: madeira é muito utilizada nas montagens de cenários, porém ela, ainda, não é reciclável. “Temos que tentar conscientizar alguns diretores, oferecendo uma ideia bem interessante: utilizar ferro”.    

 

A aprendiz Vivane Corbani, formada em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (Faap/USP) e em Artes Cênicas pela Escola Superior de Artes Célia Helena, conta que decidiu cursar Cenografia e Figurino, pois queria unir a paixão de suas duas graduações em um único curso. 

 

Sobre a aula desta terça-feira (10), Viviane diz que acha importante que tenha sido ministrada por uma profissional da área. “Ela tem a capacidade de nos trazer a visão da teoria sendo colocada na prática, nos fornecendo noções de funcionalidade.”