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Poesia e Dramaturgia em Cena

Publicado em: 04/05/2011 |

Marco Aurélio Pinotti Catalão é poeta, ficcionista e dramaturgo. Esta é a ordem cronológica exata, visto que seus poemas e narrativas infantis são suas primeiras obras; a dramaturgia, por sua vez, foi a última a entrar na vida do poeta, que é Mestre em Teoria e História Literária pela Universidade de Campinas (Unicamp). 

 

“A Última Homenagem” é a sua primeira obra escrita para teatro, em 2007, e, em 2008, publica seu primeiro livro “Antes de Amanhã”. Ainda no mesmo ano, com o livro “O Cânone Acidental”, Catalão ganha uma bolsa para autores com obra em fase de conclusão, concedida pela Biblioteca Nacional. 

 

A partir de então, o ficcionista recebe alguns prêmios, como o IV Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia, em 2010, com a peça “Agro Negócio”; o Prêmio Funarte de Criação Literária, no mesmo ano, com o livro inédito “Sob a Face Neutra”; o primeiro lugar no Concurso Internacional Literatura Para Todos, em 2009, com o também inédito “No Cravo e na Ferradura”; o primeiro lugar no Concurso Nacional de Contos Luiz Vilela, com o conto “Kenji”; e o primeiro lugar no Concurso Nacional de Poesia Violeta Branca Menescal. 

 

Diante destes prêmios, Catalão explica que as ideias e técnicas de dramaturgia que tem utilizado vêm mais de suas experiências como leitor do que como espectador e revela que se baseia na obra dos, a seu ver, dramaturgos ícones: Sófocles, Shakespeare e Tchecov. O poeta cita outros nomes importantes deste ramo, como Brecht, Nelson Rodrigues, Roberto Alvim e Marici Salomão, sendo os dois últimos artista residente e coordenadora, respectivamente, do curso de Dramaturgia da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco. 

 

O dramaturgo afirma, porém, que acha “um erro procurar as referências para um trabalho dramático apenas em obras de outros dramaturgos. Assim como a poesia pode se alimentar do drama, o drama pode se alimentar da poesia, da narrativa, do cinema, da música, da pintura, e é difícil quantificar a dimensão de cada elemento numa criação artística”.

 

Catalão fará, em junho, parte do quadro de formadores convidados do curso de Dramaturgia da SP Escola de Teatro. Segundo o poeta, para se ministrar boas aulas, “deve-se não somente conhecer as principais criações dramáticas que têm moldado nossa forma de conceber o mundo, como, também, viver a dramaturgia. Viver não apenas como um conjunto de técnicas e experiências previamente catalogadas, mas como algo vivo e necessário para seu próprio estar-no-mundo”. 

 

E, para concluir, o dramaturgo ressaltou, ainda, as qualidades básicas de um ensinador: clareza, paciência, abertura para o diálogo e disposição para se modificar na interação com os outros.