Lee Taylor é ator.
Como surgiu o seu amor pelo teatro?
Quando fiz a última apresentação de uma peça na escola e percebi que não queria que fosse a última.
Lembra da primeira peça a que assistiu? Como foi?
Não me lembro. Minha memória é péssima. Só me lembro do brilho no cenário que refletia a luz dos refletores. De repente parei, olhei e entendi, naquele instante, o que era teatro.
Um espetáculo que mudou o seu modo de ver o teatro.
Um espetáculo holandês que vi no Sesc Interlagos. Esqueci o nome.
Um espetáculo que mudou a sua vida.
“A Pedra do Reino”.
Você teve algum padrinho no teatro? Se sim, quem?
Tenho um mestre: Antunes Filho.
Já saiu no meio de um espetáculo? Por quê?
Nunca saio, mas já saí. Saí porque não se importavam com quem estava assistindo.
Teatro ou cinema? Por quê?
Teatro. Cinema é relação com preservativo.
Cite um espetáculo do qual você gostaria de ter participado. E por quê?
Qualquer um do Peter Brook. Por ser um grande gênio do teatro.
Já assistiu mais de uma vez a um mesmo espetáculo? E por quê?
Faço isso com frequência nos espetáculo que gosto. Para me alimentar espiritualmente.
Qual dramaturgo brasileiro você mais admira? E estrangeiro? Explique.
Nelson Rodrigues e Shakespeare. Por serem os melhores.
Qual companhia brasileira você mais admira?
Lume.
Existe um artista ou grupo de teatro do qual você acompanhe todos os trabalhos?
Desses grupos vejo praticamente todos os trabalhos: Oficina, Cia. dos Atores, Lume, Galpão, Grupo XIX de Teatro, Club Noir, Teatro da Vertigem, Cia. Brasileira de Teatro, Cia. Hiato.
Qual gênero teatral você mais aprecia?
Tragédia. Aprecio os limites.
Em qual lugar da plateia você gosta de sentar? Por quê? Qual o pior lugar em que você já se sentou em um teatro?
Na frente. Gosto de ver os atores. Atrás de um pilar.
Fale sobre o melhor e o pior espaço teatral que você já foi ou já trabalhou?
O melhor foi o Teatro Anchieta no Sesc Consolação, é unanimidade em São Paulo. Palco, platéia, camarim, acústica, equipamento, funcionários, tudo perfeito. O pior foi no interior de Goiás, era um teatro muito engraçado: não tinha teto, não tinha palco, não tinha público…
Existe peça ruim ou o encenador é que se equivocou?
Penso que o fundamental é a sensibilidade. Em muitos casos é difícil avaliar uma obra, as vezes me ponho no lugar dos críticos e fico pensando… o que falar depois dessa “experiência”?
Como seria, onde se passaria e com quem seria o espetáculo dos seus sonhos?
Como seria eu não sei, mas será o próximo. Sem pauta e sem elenco definidos, por enquanto.
Cite um cenário surpreendente.
J. C. Serroni em “Vereda da Salvação”.
Cite uma iluminação surpreendente.
Davi de Brito em “Drácula e outros Vampiros”. Toda iluminação dele é surpreendente, essa foi virtuosa.
Cite um ator que surpreendeu suas expectativas.
Paulo Autran, ele era melhor do que eu imaginava.
O que não é teatro?
O que não for uma homenagem ou uma celebração à vida destinada ao compartilhamento.
A ideia de que tudo é válido na arte cabe no teatro?
Tudo é válido na arte e no teatro, mas nem tudo que é válido interessa a quem busca na arte algo de superior.
Na era da tecnologia, qual é o futuro do teatro?
O mesmo futuro do homem.
Em sua biblioteca não podem faltar quais peças de teatro?
Shakespeare, todas, Nelson Rodrigues, todas, Tchecov, todas. Algumas do Becket, Ionesco, Eugene O’Neill, Harold Pinter, Pirandello, Koltés, Sara Kane, Ibsen, Tennesse Williams, Eurípides, Sófocles, Ésquilo…
Cite um diretor (a), um autor (a) e um ator/atriz que você admira.
Antunes Filho. Fernando Pessoa. Juliana Galdino.
Qual o papel da sua vida?
Esse que estou interpretando aqui.
Uma pergunta para William Shakespeare, Nelson Rodrigues, Bertold Brecht ou algum outro autor ou personalidade teatral que você admire. (Por favor, explicite para quem é a pergunta)
Para Nelson Rodrigues: Ser ou não ser?
O teatro está vivo?
Se a humanidade estiver…