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Papo de Teatro com Wilson de Santos

Publicado em: 05/11/2012 |

Wilson de Santos é ator e produtor

Como surgiu o seu amor pelo teatro?
Aos 15 anos, por meio de uma amiga em Santos/SP, que me levou para um curso de teatro no Sesc Santos.

Lembra da primeira peça a que assistiu? 
“Donana”, com o grande ator Ronaldo Ciambroni. Foi mágico, lindo, inesquecível!

Um espetáculo que mudou a sua vida foi…
“A Bofetada”, com a Cia. Baiana de Patifaria.

Um espetáculo que mudou o seu modo de ver teatro foi…
“Piaf”, a primeira montagem com grande elenco e Bibi Ferreira.

Você teve algum padrinho no teatro? 
Sim. Ronaldo Ciambroni.

Já saiu no meio de um espetáculo? 
Nunca.

Teatro ou cinema? 
Teatro. É um momento único.


Cite um espetáculo do qual você gostaria de ter participado. E por quê? 
“Bailei na Curva”. Estava começando a fazer teatro em Santos e um outro grupo de atores do teatro amador realizou essa montagem. A turma era ótima. Texto bom, montagem incrível… foi um sucesso! Mas eu fazia parte de um outro grupo… Claro que me juntei a eles, mesmo sem ter participado da montagem.

Já assistiu mais de uma vez a um mesmo espetáculo? E por quê? 
Quando estava começando a conhecer teatro, Bibi Ferreira fez uma temporada de um mês em Santos com espetáculos, de quarta a domingo. Era “Piaf”. Assisti a a “todas” as sessões. Foi uma grande escola, um intensivão (risos).


Qual dramaturgo brasileiro você mais admira? E estrangeiro?
Ihh,  são tantos… Essa eu vou ficar devendo.

Qual companhia brasileira você mais admira?

Temos poucas companhias hoje no Brasil. O que temos forte são os produtores e atores que produzem, como no meu caso. Fico com a Cia. Baiana de Patifaria, uma companhia de Salvador, que ganhou o Brasil com seu humor e profissionalismo e da qual tenho orgulho de ter sido membro, por mais de 10 anos.


Existe um artista ou grupo de teatro que você acompanhe todos os trabalhos?
Bibi Ferreira e Marília Pêra. Sempre que posso, vejo tudo!

Qual gênero teatral você mais aprecia? 

Nesses 30 anos de profissão, tenho passeado sempre pela comédia, mas gosto de todos os gêneros. 

Em qual lugar da plateia você gosta de sentar? Qual o pior lugar em que você já se sentou em um teatro?
Prefiro a parte central, nunca muito próximo do palco. O pior lugar em que já me sentei foi numa dessas casas de shows que resolvem fazer teatro, cheias de mesas e cadeiras entulhadas. Mas pior mesmo é ficar atrás de uma coluna. Teatro em casa de show, não me convide!

Existe peça ruim ou o encenador é que se equivocou? 

Existem as duas coisas.

Como seria, onde se passaria e com quem seria o espetáculo dos seus sonhos?
Meu Deus! Já vivi tantos sonhos lindos com tanta gente boa, quando fiz “Vítor ou Vitória”, com Marília Pêra, foi um sonho; quando fui dirigido por Bibi Ferreira, outro sonho. Montar “Noviças Rebeldes”, com a Cia. Baiana de Patifaria e direção de Wolf Maya, um sonho mais que realizado. Outros virão! 

Cite um cenário surpreendente.
Gosto muito do trabalho do J.C. Serroni.

Cite uma Iluminação surpreendente. 
Wagner Freire
é muito bom.


Cite um ator que surpreendeu suas expectativas.
Wagner Moura, com seu Hamlet.


O que não é teatro? 

Stand up.

A ideia de que tudo é válido na arte cabe no teatro? 
Sim.

Na era da tecnologia, qual é o futuro do teatro? 
Andar ao seu lado. A tecnologia está cada vez mais dentro do teatro e isso é muito bom.

Em sua biblioteca, não podem faltar quais peças de teatro?

Não tenho biblioteca de texto. Leio e descarto, dou para outro, só guardo com muito carinho os textos que representei e um ou dois que estão por vir.


Cite um diretor (a), um autor (a) e um ator/atriz que você admira.
Diretor: Wolf Maya / Autor: Marcos Caruso, que tem bons textos de comédia (tenho um na mira)/ Ator: Ary Fontoura / Atriz: Bibi Ferreira e Marília Pêra.


Qual o papel da sua vida?

A Irmã Maria José de “A Noviça Mais Rebelde” é um grande personagem na minha vida.


Uma pergunta para William Shakespeare, Nelson Rodrigues, Bertolt Brecht ou algum outro autor ou personalidade teatral que você admire.

Gostaria muuuuuito de fazer algumas perguntas a Shakespeare, ao Nelson Rodrigues, a Brecht, mas, exigiria respostas. Então…


O teatro está vivo?
Sempre vivo! Teatro tem vida eterna!