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Papo de Teatro com Mário Cesar Costaz

Publicado em: 10/12/2012 |

Mário Cesar Costaz é autor e diretor


Como surgiu o seu amor pelo teatro?
Ainda na infância, em aulas de língua portuguesa, encenando pequenos trechos literários.

Lembra da primeira peça a que assistiu? 
Sim. Foi um espetáculo infantil, na escola, mas o primeiro espetáculo a que assisti por iniciativa própria foi uma comédia.

Um espetáculo que mudou o seu modo de ver teatro foi…
Foram três: “Você Vai Ver o Que Você Vai Ver”, com o Circo Grafitti; “Rito de Amor e Morte na Casa de Lilith, a Lua Negra”, de José Possi Neto, e “Vem Buscar-me que Ainda Sou Teu”, de Gabriel Villela.

Teve algum padrinho no teatro? Quem? 
Sim. Denise Weinberg.

Cite um espetáculo do qual você gostaria de ter participado. E por quê? 

“A Bofetada”, com a Cia. Baiana de Patifaria. Porque a agilidade do humor baiano me instiga.

Já assistiu mais de uma vez a um mesmo espetáculo? E por quê?
“Você Vai Ver o que Você Vai Ver”, que vi quatro vezes. Por um encantamento. Mas, várias vezes, assisti a alguns espetáculos de novo para ver a modificação durante o processo de apresentação.

Qual companhia brasileira você mais admira?
Galpão e Armazém.

Existe um artista ou grupo de teatro do qual você acompanhe todos os trabalhos?
Muitos. Denise Weinberg, os grupos citados, Cia. dos Atores, Eva Wilma, Marco Nanini e alguns mestres do teatro.

Qual gênero teatral você mais aprecia? 
Drama.

Fale sobre o melhor e o pior espaço teatral que você já foi ou já trabalhou.
Acho que todas as experiências teatrais que tive foram a partir de uma escolha própria. Acredito que o teatro cabe em qualquer lugar, desde teatros equipados com requintados recursos, até mesmo espaços nada convencionais.

Existe peça ruim ou o encenador é que se equivocou? 
As duas coisas.

Como seria, onde se passaria e com quem seria o espetáculo dos seus sonhos?
Não tenho isso. O espetáculo do meu sonho é sempre o que estou realizando. Não idealizo muito.

Cite um cenário surpreendente.
O de “Rito de Amor e Morte na Casa de Lilith, a Lua Negra”.

Cite uma Iluminação surpreendente.
A de Guilherme Bonfanti para “Paraíso Perdido”, na Igreja Santa Ifigênia. 

Cite um ator que surpreendeu suas expectativas.
Tantos… Edwin Luisi em “Freud”; o eterno Rubens Corrêa em “Artaud!”… Atualmente, admiro muito o trabalho de Gero Camilo, Danilo Grangheia e Daniel Infantini em “The Pillowman – O Homem Travesseiro”.

O que não é teatro? 

Stand-up.


A ideia de que tudo é válido na arte cabe no teatro?
Para mim, não. Há muitos “processos”, que só interessam ao artista e muito pouco ao público. Para mim, o teatro tem uma função social.

Na era da tecnologia, qual é o futuro do teatro? 
Mesclar linguagens, mas acho que sempre terá seu espaço, pois o ator é insubstituível.


Em sua biblioteca, não podem faltar quais peças de teatro?
Realmente, não falta nada. É o que mais gosto de ler.

Cite um diretor (a), um autor (a) e um ator/atriz que você admira.
Renata Sorrah, Gero Camilo, Denise Weinberg, Eduardo Silva, Erika Altimeyer, Cibele Forjaz, Grupo XIX… Tanta gente boa, que nem dá para contar.

O teatro está vivo?
Muito vivo. Mas, às vezes, parece um avô que ninguém mais quer ouvir, apesar da gama de vida e experiência que há dentro dele.