Eloísa Vitz é atriz e diretora
Como surgiu seu amor pelo teatro?
Aos 5 anos, quando meu pai me levou para assistir ao espetáculo “A Bela Adormecida”. Fiquei encantada!
Lembra da primeira peça a que assistiu? Como foi?
“A Bela Adormecida”. Foi uma experiência inesquecível. A Bruxa era muito mais bonita que a Bela e eu fiquei pensando o por quê. Depois fiquei fascinada com as pessoas em cena. Foi assustador e maravilhoso ao mesmo tempo.
Um espetáculo que mudou seu modo de ver o teatro.
“Beckett in White – a Comédia”, que participei dentro de um banheiro em um casarão na Paulista.
Um espetáculo que mudou sua vida.
“O Homem com a Flor na Boca”, com Cacá Carvalho.
Você teve algum padrinho no teatro? Se sim, quem?
Não é bem um padrinho, mas tive três pessoas muito importantes: Eduardo Tolentino de Araújo, Lola Tolentino e Luiz Valcazaras.
Já saiu no meio de um espetáculo? Por que?
Sim. Porque para mim é insuportável assistir a uma peça sem qualidade.
Qual dramaturgo você mais admira? E estrangeiro, explique.
Nelson Rodrigues pela complexidade, humanidade e construção dramaturgica. Estrangeiro, Calderón de La Barca, pela poesia.
Qual Cia. Brasileira você mais admira?
Grupo Tapa e Grupo Galpão pela excelência artística.
Existe um artista ou Grupo de teatro que você acompanhe todos os trabalhos?
Como estou praticamente o ano inteiro em cartaz acabo perdendo muitos espetáculos que gostaria de ver. Acompanho alguns diretores como Antunes Filho, Zé Henrique de Paula, Valcazaras e atores que sãoimperdíveis como Sandra Corvelone, Cacá Carvalho, Zé Carlos Machado, Clara Carvalho e outros. Existem atores e diretores muito talentosos no cenário paulista de teatro.
Qual gênero você mais aprecia?
Comédia.
Em qual lugar da plateia você gosta de sentar e por que? Qual o pior lugar em que você já sentou?
Adoro ir ao teatro e não tenho preferência de lugar. Quando a peça é boa, sento na escada, no chão, não importa, qualquer lugar é poltrona.
Fale sobre a melhor e a pior peça teatral que você já foi ou trabalhou.
A melhor peça que já assisti foi em Nova York, “The Seagull” (“A Gaivota”), Tchecov, com a Royal Shakespeare Company e a atriz Kristin Scott-Thomas. O pior, me esqueci… Era tão ruim que me esqueci.
Existe peça ruim ou o encenador que se equivocou?
O mundo é incrível porque existe de tudo.
Como seria, onde se passaria e com quem seria o espetáculo dos seus sonhos?
Na verdade posso responder como será: o próximo, com o Grupo Gattu, com certeza.
Cite um cenário surpreendente.
“Boca de Ouro”, de Heron Medeiros.
Cite uma iluminação surpreendente.
“Doroteia”, de Milton Saiki.
O que não é teatro?
Não me interessa.
A ideia de que é tudo é válido na arte, cabe no teatro?
Cabe.
Na era da tecnologia, qual o futuro do teatro?
Prevejo um futuro ainda mais brilhante para o teatro.
Em sua biblioteca, não pode faltar qual peça de teatro?
Peças boas.
Cite um diretor, um autor e uma atriz que você admira.
Diretor: Ariane Mnouchkine; autor: Nelson Rodrigues; e atriz: Daniela Rocha Rosa.
Qual o papel da sua vida?
O próximo. Sempre o próximo.
Uma pergunta para Willian Shakespeare, Nelson Rodrigues, Bertold, Brecht ou algum outro autor ou personalidade teatral que você admire?
William, está valendo a meia entrada? Só.
O teatro está vivo?
Estava até ontem. Se morreu não fui informada e nem convidada para o enterro.
Foto: Arte Plural/Divulgação