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Papo de Teatro com Antonio Netto

Publicado em: 13/02/2012 |

Antonio Netto é ator, diretor e professor teatral

 

 

Como surgiu o seu amor pelo teatro?

No interior, quando participei de teatro amador.

 

Lembra da primeira peça a que assistiu? Como foi?

“Bailei na Curva”, de Julio Conte.

 

Um espetáculo que mudou o seu modo de ver o teatro.

“O Concílio do Amor”, com o grupo Boi Voador e direção de Gabriel Villela.

 

Um espetáculo que mudou a sua vida.

“Vereda da Salvação”, com direção de Antunes Filho.

 

Você teve algum padrinho no teatro? Se sim, quem?

Não.

 

Já saiu no meio de um espetáculo? Por quê?

Não. Por mais que eu não goste do espetáculo, respeito o processo de trabalho e criação do grupo.

 

Teatro ou cinema? Por quê?

Teatro. No teatro você vê o trabalho acontecer, o processo de pesquisa criado pelo grupo, a respiração do ator, o trabalho corporal, as partituras de intenção de texto… Enfim, o trabalho literalmente VIVO.

 

Cite um espetáculo do qual você gostaria de ter participado. E por quê?

“Macunaíma”, de Mário de Andrade, direção de Antunes Filho. Porque revolucionou a forma de ver uma época teatral. Quebrou conceitos e se priorizou uma experimentação.

 

Já assistiu mais de uma vez a um mesmo espetáculo? E por quê?

Sim, vários. Porque gosto. Quando assisto mais de uma vez, consigo perceber coisas que não vi numa primeira vez, muitas coisas mudam.

 

Qual dramaturgo brasileiro você mais admira? E estrangeiro? Explique.

São tantos, que citarei apenas alguns: Plínio Marcos; Carlos Alberto Sofredinni; Leilah Assumpção; Mário Prata; Naum Alves de Souza; Nelson Rodrigues etc…

 

Estrangeiros: William Shakespeare; Tennessee Williams.

 

Qual companhia brasileira você mais admira?

Várias. Uma propriamente: o CPT, do Antunes Filho

 

Existe um artista ou grupo de teatro do qual você acompanhe todos os trabalhos?

Vários. Antunes Filho, Cia. do Latão, Parlapatões…

 

Qual gênero teatral você mais aprecia?

Todos. Quando bem trabalhado, bem pesquisado, sério.

 

Em qual lugar da plateia você gosta de sentar? Por quê? Qual o pior lugar em que você já se sentou em um teatro?

O melhor: no meio. O pior: primeira fileira.

 

Fale sobre o melhor e o pior espaço teatral que você já foi ou já trabalhou?

Pior, sem boa administração, sem recursos, sem acústica, etc. O melhor é o contrário disso.

 

Existe peça ruim ou o encenador é que se equivocou? 

Os dois.

 

Como seria, onde se passaria e com quem seria o espetáculo dos seus sonhos?

Dentro de um barco, com pessoas interessantes de teatro.

 

Cite um cenário surpreendente.

O ar, onde o corpo do ator percorre.

 

Cite uma iluminação surpreendente.

Ziembinski.

 

Cite um ator que surpreendeu suas expectativas.

Fernanda Montenegro.

 

O que não é teatro?

O que é superficial e decorado, sem processo interno.

 

A ideia de que tudo é válido na arte cabe no teatro?

Depende da proposta do espetáculo.

 

Na era da tecnologia, qual é o futuro do teatro?

Não tem futuro, o teatro é universal, infinito, ilimitado, pode ser feito em qualquer lugar, desde que tenha atores.

 

Em sua biblioteca não podem faltar quais peças de teatro?

Todos os clássicos estrangeiros, todas as peças de Nelson Rodrigues, Plínio Marcos, Samuel Becket, etc.

 

Cite um diretor (a), um autor (a) e um ator/atriz que você admira.

Antunes Filho, Nelson Rodrigues, Sebastião Vasconcelos e meu irmão e sócio Jair Aguiar, pelo belíssimo trabalho que faz no espetáculo “Cala Boa já Morreu”.

 

Qual o papel da sua vida?

O do momento. O que eu estiver fazendo.

 

Uma pergunta para William Shakespeare, Nelson Rodrigues, Bertold Brecht ou algum outro autor ou personalidade teatral que você admire. 

Nelson Rodrigues: Porque que você tinha o hábito de frequentar velórios durante a madrugada?

 

O teatro está vivo?

SEMPRE!