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Palhaçada em 3D

Publicado em: 04/05/2012 |

Os palhaços estão vivos. E não é apenas no picadeiro e no teatro. Marcando sua presença também no cinema, agora eles podem ir ainda mais além, principalmente no que depender de Gustavo Guimarães, aprendiz de Humor da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, e sua Cia. Catraca do Riso de Circo, Teatro e Variedades, que estão à frente do projeto “Palhaços em 3D”.

A iniciativa busca a expansão cultural e expressiva da tecnologia 3D e a produção de cenas baseadas em roteiros clássicos de palhaços de circo. As propostas são divididas em: apresentação teatral de cenas clássicas circenses em oito lugares diferentes, inspiradas no livro “O Barbeiro de Anédes”, único livro escrito por Júlio Guerra (artista plástico que criou a Estátua do bandeirante Borba Gato, em Santo Amaro); oficina de palhaçaria, que inclui técnicas do gênero e bate-papos; e, finalmente, a captação e reprodução de um curta-metragem em 3D.

A proposição dos idealizadores é resgatar e arquivar números clássicos do circo, levando-os para o formato 3D. O filme terá, no mínimo, 10 minutos de duração, e será exibido para até vinte pessoas por sessão, gratuitamente, nos oito lugares onde acontecerão as apresentações teatrais.

Segundo o proponente e diretor Guimarães, o projeto apresenta uma solução para ampliar o acesso do público à produções em 3D, que geralmente são exibidas a preços altos. “‘Palhaços em 3D’ tenta burlar esse sistema, fazendo exibições gratuitas em vários espaços culturais, pois o 3D e as novas tecnologias precisam ser acessíveis para todos. O projeto será de baixo orçamento, faremos uma primeira experiência filmando as esquetes clássicas que serão apresentadas em teatros, ensaios e entrevistas, e, depois, ainda sem a ajuda de nenhum edital, vamos gravar um curta-metragem”, explica.

Divulgar a própria palhaçaria na arte circense é outro dos objetivos do grupo. Os integrantes acreditam que a figura do palhaço é subestimada pelo público, que não tem conhecimento sobre esta cultura, fator que seria agravado pela falta de debates, questionamentos e referências históricas do assunto.

“É um projeto cheio de riscos que busca brincar com a linguagem 3D e com o público. A Cia. Catraca do Riso tem o objetivo de formar plateias para esses equipamentos culturais públicos, precisamos nos apropriar deles”, salienta Guimarães.

“Palhaços 3D” tem duração prevista de oito meses e conta, ainda, com uma série de aprendizes e ex-aprendizes da SP Escola de Teatro. Andréa Fu, do curso de Sonoplastia, é responsável pela produção executiva e pela captação e operação de áudio; Fabrício Cardial, também de Sonoplastia, assina a concepção sonora; Raquel Pavanelli cuida da cenografia e figurinos, área que estuda na Instituição. No elenco, estão os aprendizes de
Humor Luciano Tito e Luiz Fernando; assim como Sérgio Gava e Marisa Pereira, que já concluíram os quatro Módulos do curso; e o próprio Gustavo Guimarães, que estudou Humor na Escola e, atualmente, cursa Direção.

A Cia. Catraca do Riso de Circo Teatro e Variedades

O grupo, surgido na zona sul de São Paulo, exerce atividades teatrais desde 2008, tendo como local de ensaios o Parque Santo Dias e a Associação dos Moradores do Jardim Piracuama. Além do aprofundamento no trabalho do palhaço, o coletivo tem, em sua base, estudos da comicidade, e sempre buscou a formação de público – daí, o nome “Catraca” – e a atuação com foco no riso.

 

Texto: Felipe Del