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Oscar Niemeyer por SP Escola de Teatro

Publicado em: 06/12/2012 |

O Brasil está de luto após perder um de seus mais prestigiados cidadãos: o arquiteto Oscar Niemeyer, que morreu às 21h55 de ontem (5), aos 104 anos. 

 

Em nome de toda a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, o departamento de Comunicação e Ideias presta seu tributo ao mestre que foi um gênio, influenciando cenógrafos, figurinistas, enfim, as artes do País.

 

Niemeyer morreu de infecção respiratória. Ele estava internado desde o dia 2 de novembro, no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. Deixou a esposa, filhos, netos e bisnetos. Além de um legado incalculável, que inclui todo o projeto de Brasília – Distrito Federal (em parceria com Lucio Costa); o Edifício Copan, em São Paulo; o Memorial da América Latina, também na capital paulista; além de prédios de universidades por todo o mundo, a sede do Partido Comunista Francês, o Sambódromo, no Rio e o MAC, em Niterói. Projetou ainda o Teatro Popular Oscar Niemeyer, também em Niterói, com vista estonteante para a Baía de Guanabara e repleto de concretos em curva, sua marca registrada.

 

Aliás, há diversos teatros brasileiros projetados por Niemeyer. Entre eles, o Maria Della Costa, em São Paulo, assinado por ele e por Lúcio Costa; o Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília, e a Funarte Plínio Marcos, também no Distrito Federal. 

 

A morte do arquiteto repercutiu em todo o mundo, sendo destaque em jornais da França, Estados Unidos, Inglaterra e Espanha. “Passei a vida debruçado na prancheta, mas a vida é mais importante do que a arquitetura”, Niemeyer costumava repetir.

A seguir, o depoimento do coordenador dos cursos de Técnicas de Palco e Cenografia e Figurino, J.C. Serroni, sobre a morte de Oscar Niemeyer:

“Oscar Niemeyer, o poeta das curvas, o mestre da arquitetura brasileira e um dos mais respeitados arquitetos do mundo se vai e nos deixa um legado imensurável. Para nós, arquitetos, não há como negar a inspiração a partir de seu traço simples, limpo mas de uma síntese e de um conteúdo maravilhosos. Para nós, artistas do teatro e do espaço dramático, o agradecimento eterno pelos brilhantes espaços teatrais deixados. Niemeyer projetou mais de uma dezena de edifícios teatrais que sempre foram polêmicos do ponto de vista do teatro, mas impecáveis do ponto de vista da arquitetura.  Depois de ter conhecido os últimos teatros, projetados  por esse gênio na sua última década de vida, todos construídos depois de 2002: teatro do Centro Cultural de Avilés na Espanha, o Teatro de Duque de Caxias, no RJ, o Teatro do Parque Ibirapuera, em SP, e o Teatro de Niterói, RJ, fica aqui uma questão a ser pensada por aqueles que discordam de seus projetos teatrais do ponto de vista de seus interiores: ‘Estariam nossos dramaturgos, encenadores e cenógrafos preparados para atuar nos espaços por ele projetados?” Competir com suas espacialidades não é tarefa fácil para nenhum criador.'”
 


  

Texto: Majô Levenstein