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Os rumos da dramaturgia brasileira

Publicado em: 22/06/2010 |

Pela primeira vez ao longo dos seus dez anos de história, a Feira do Livro de Ribeirão Preto realizou um Seminário de Dramaturgia durante os dias 18 e 19 de junho, com apoio da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, no Teatro Auxiliadora.
Grandes nomes do jornalismo e do teatro brasileiro, como Oswaldo Mendes, Jefferson Del Rios, Roberto Alvim, Mário Bortolotto, Rodrigo Nogueira, Ivam Cabral, Marici Samolão e Gabriela Mellão, entraram em cena para debater questões referentes à dramaturgia contemporânea.
O ator, diretor e autor teatral Oswaldo Mendes foi quem abriu o evento  e contou histórias sobre a criação textual de seu livro “Bendito Maldito – Uma Biografia de Plínio Marcos”. “O autor teatral tem que ter o que narrar, urgência de dizer e necessidade de se expressar”, acredita.
O público em sua maioria formado por atores e estudantes de teatro discutiu com os palestrantes os novos rumos da dramaturgia brasileira. “Achei interessante a realização desse seminário. Sou estudante de Artes Cênicas e o contato com essas pessoas contribuiu muito para a minha formação teatral”, afirmou Juliana Andrade.
Após o debate, o jornalista e crítico teatral Jefferson Del Rios conversou sobre seu livro “Bananas ao Vento – Meia Década de Cultura e Política em São Paulo”. “O crítico faz um intermédio com o leitor. Organiza a conversa com o público. Se você não tem crítica, você não tem história”, explica.
Durante a feira, também foram apresentados dois espetáculos do dramaturgo e jornalista Lucas Arantes: “Suspensão”, encenado pela Trupe Acima do Bem e do Mal, de Ribeirão Preto, e a estreia de “Ar Vazio”, levado ao palco pela Cia. Inerente, de São Paulo.
Para o Diretor da SP Escola de Teatro, Ivam Cabral, o texto teatral deve ser essencialmente urgente. “A revolução do teatro é quando ele sai do seu lugar fechado e dialoga diretamente com o seu entorno. Essa conversa é fundamental”, conta. 

“O dramaturgo deve ser um filósofo do real. Nunca vi tantas possibilidades de sermos híbridos. Os novos rumos da dramaturgia partem para uma polissemia de linguagem, o que possibilita que cada espectador refaça os jogos de sentidos das cenas”, afirma Marici Salomão, coordenadora do curso de Dramaturgia da Instituição.
Roberto Alvim acredita que o palco é o espaço da potencialidade do humano. “Eu acho que nós esquecemos o peso que tem a presença de uma pessoa no palco. Um homem é capaz de construir todo o universo. Um único humano pode construir, destruir e reconstruir o que desejar. O teatro não resolve as coisas, mas problematiza os mistérios e abre para outros significados, o que amplia a nossa pequena ideia de vida”.
SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco | 22/06/2010

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