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Os Desafios de Dirigir

Publicado em: 23/08/2011 |

Para complementar a série de matérias sobre as expectativas do corpo docente e dos aprendizes de cada Curso Regular oferecido pela SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco em relação ao semestre, o coordenador do curso de Direção, Rodolfo García Vázquez, e mais dois aprendizes do curso deram suas opiniões. 



Vázquez começa relembrando o Módulo anterior e diz que os aprendizes estudaram como trabalhar em coletivo, em que medida as opções causam impacto no resultado cênico e a importância das diferenças de opinião entre os formadores, que fazem da escola uma experiência única.

 

Olhando para a frente, o coordenador admite que há mais um desafio a enfrentar: “articular os aprendizes em vários núcleos, de forma que possam ter uma participação efetiva neste Módulo Vermelho, trabalhando a partir da perspectiva da autonomia”.

 

Com relação ao Módulo Amarelo, que segue a linha da narratividade, ele comenta sobre a contribuição de “Viva o Povo Brasileiro”, de João Ubaldo Ribeiro, na formação da identidade dos aprendizes. “Além de ser um dos romances mais importantes da nossa literatura, ‘Viva o Povo Brasileiro’ nos faz entrar em contato com a nossa história de forma bastante lúdica.” 

 

Após expor seus pensamentos sobre o desenrolar do semestre, Vázquez reforça, ainda, que, para se obter êxito nesta “caminhada”, o ideal é trabalhar com prazer, foco e dedicação. “Aprender pode ser uma aventura divertida”, finaliza.

 

Para Felipe de Menezes, aprendiz do Módulo Vermelho, as expectativas se relacionam a aplicar o aprendizado adquirido.

 

“Ao longo dos outros Módulos, nós de Direção fomos testando alguns procedimentos. Agora, chegamos a uma etapa muito madura de entendimento de encenação. Nosso desafio é transformar um desejo pessoal em conceitos de direção e este, por sua vez, em procedimentos de trabalho.” Menezes revela, ainda, que, considera maravilhoso esse poder de experimentação concedido pela Escola.

 

Sobre o projeto em que está inserido, o aprendiz comenta que está concentrado no trabalho de circo-teatro, do qual Adalberto Lima, aprendiz de Direção, é o proponente. “Estamos esperando o resultado da aprovação dos projetos. Quero me focar nisso.”

 

Apropriar-se do projeto e imprimir nele uma voz pessoal – e, ao mesmo tempo, coletiva –, sem se esquecer do espectador ao qual você será apresentado, é a dica de Menezes para obter êxito nos estudos.

 

Já Lucas Vitorino, aprendiz de Direção do Módulo Amarelo, acha que o desafio maior é pesquisar as formas de narrativas, pois esse é o ponto crucial do trabalho artístico. Com relação ao texto “Viva o Povo Brasileiro”, o aprendiz acredita que o livro faz um resgate histórico que está um pouco esquecido. 

 

“Pouco se sabe daqui, da nossa cultura, dos nossos costumes. Sabemos mais sobre os outros países. Isso porque foram jogados destroços de outras culturas em cima da nossa. Consumimos muitos ‘produtos’ hollywoodianos.” Interagir é a palavra de ordem de Vitorino. “Diferentes pontos de vista sobre o mesmo tema provocam uma reflexão sobre o ontem.”

 

 

Texto: Jéssika Lopes