Por Renata Zhaneta
Especial para o portal da SP Escola de Teatro
Quando vou assistir a um ensaio ou processo, procuro ir sem nenhuma expectativa, de coração aberto. Mas é claro que a gente fica fazendo umas fantasias. Inevitável, somos artistas. Vício da profissão: o de imaginar!
Pois bem, fiz fantasias, imaginei e fui surpreendida por vários experimentos, que já apontam objetivos claros, temas bem recortados, dramaturgia já bastante desenvolvida, belos tratamentos visuais e atuações com profundo entendimento da personagem.
Chama atenção a música em todos os grupos. Ela narra, comenta, pontua, dá brilho e colorido especial aos trabalhos.
Existe uma grande diversidade nas escolhas estéticas e abordagens, o que é ótimo para o crescimento de todos. Há também diferentes níveis e estágios nos trabalhos. Nenhuma novidade: é assim mesmo, cada grupo tem seu tempo de maturação e criação, tem seu jeito de operar e encontrar os sentidos, as soluções cênicas para o material em que está mergulhado. O processo é soberano e, com certeza, trará as luzes para a continuidade da investigação e da realização do experimento proposto.
Segundo o que foi dito, esta semana será de avaliação. É hora, portanto, de deixar o material falar. Hora de reflexão. Hora de escolher “o que” e “como” fazer daqui pra frente. Hora de compartilhar. Hora de ESCUTA! Escuta sincera, aberta e generosa. Este é um dos grandes momentos do teatro: A TROCA. Trocar é essencial, seja nas apresentações, nos ensaios, com o público, com os companheiros de cena, com os criadores nas suas áreas específicas, com os técnicos, enfim, com todos que fazem parte do trabalho em desenvolvimento. Saber trocar é saber jogar. Sem jogo não se estabelece o fenômeno teatral.
E…
… o bom do teatro é que a gente sempre pode fazer de novo, sabendo que um trabalho nunca está pronto, mas sempre em construção!
Renata Zhaneta é atriz, preparadora corporal, diretora e professora de interpretação
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