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O livro do mês | “A lição de Caravaggio”

Publicado em: 03/10/2013 |

Como já virou tradição, todo início de mês traz consigo uma indicação literária de Maurício Paroni de Castro, diretor e dramaturgo, que também coordena o espaço de discussão informal que ganhou o nome de Chá e Cadernos, também mensal, realizado sempre na última sexta-feira do mês, na Sede Roosevelt da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco.

E o livro do mês de outubro, segundo dica de Paroni, é “A lição de Caravaggio – obras-primas das coleções da Galleria Nazionale d’Arte Antica di Roma” (Ed. Marsilio, 1998), de Claudio Strinati e Rossella Vodret.

“Este volume é fundamental para qualquer artista ou profissional que trabalhe com iluminação. Também serve de indicação de leitura visual para o design de luz de espetáculos teatrais. É importante, ainda, para afinar a sensibilidade de fruição da obra pelo espectador consciente – de teatro e demais artes performáticas. O claro e escuro, a dialética da iluminação e composição das imagens de Caravaggio valem pela visão. A inspirada guia do autor completa as preciosas informações nelas contidas”, diz Paroni, que aproveita para avisar: “O livro já está disponível em nossa biblioteca! Boa leitura… Quero dizer, boa visão!”.

Para se ter uma ideia da leitura:

“Caravaggio, considerado o maior representante do estilo barroco, foi mestre na arte de manipular o jogo de luz e sombra, que confere um enorme grau de complexidade à sua obra. São poucos os quadros de Caravaggio que sobreviveram até os dias de hoje, 62 ao todo, e alguns deles ainda passam por avaliação de especialistas para que o período de produção e as condições em que foram realizados sejam comprovados. A obra ‘Medusa Murtola’, por exemplo, era considerada uma cópia até recentemente. Só ao fim de trabalhos que duraram 20 anos – com sofisticadas análises em infravermelho – é que sua autenticidade foi comprovada. Estudos comparativos entre ‘Medusa Murtola’ e a sua segunda versão, creditada como a original por muito tempo pelos historiadores, estão entre os destaques da exposição ‘Caravaggio e Seus Seguidores’, que faz parte da programação do Momento Itália-Brasil.

(…)

“Lado obscuro – Mais do que uma técnica que confere incrível naturalismo aos seus quadros, o jogo de luzes e sombra era usado por Caravaggio para expressar o lado obscuro do ser humano, que convive lado a lado com as virtudes de cada um. ‘Os questionamentos de Caravaggio ainda são atuais’, diz mais de um o crítico. O estilo do artista é reverberado por pintores contemporâneos, como Vik Muniz, Alex Flemming e Gilberto Salvador, que foram influenciados pela redescoberta da obra de Caravaggio nos anos 50 e pela grande visibilidade que ganhou em 2010, na comemoração dos 400 anos de seu nascimento, quando foram organizadas exposições inéditas em Roma e na Rússia.”

Fonte:  Istituto Italiano di Cultura



Texto: Esther Chaya Levenstein