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O Figurino e a Artista

Publicado em: 14/02/2012 |

Uma via de mão dupla. Assim pode ser caracterizada a relação entre a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco e Adriana Vaz, a nova artista residente do curso de Cenografia e Figurino, que ministrará aulas aos aprendizes do Módulo Azul no primeiro semestre do ano.

 

A designer de aparência de atores, figurinista, maquiadora e pesquisadora tem uma formação acadêmica extensa. Bacharel pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP), além de ter cursado Filosofia pela USP, Adriana dedica-se, há 31 anos, a trabalhos e pesquisas de figurinos para teatro, dança, cinema, vídeo e fotografia.

 

Membro integrante do grupo de pesquisa da PUC/SP Espacc – Espaço/Visualidade, Comunicação/Cultura, coordenado pela Drª. Lucrécia D’ Alessio Ferrara, Adriana possui ampla experiência em ministrar aulas e oficinas de figurino e maquiagem, para atores ou figurinistas.

 

Em sua tese “O Design de Aparência de Atores e a Comunicação em Cena”, no prelo da Editora Senac, a pesquisadora desenvolveu conceitos para investigar a linguagem que constrói a aparência cênica de atores.

 

Mais de 100 espetáculos contaram com seu trabalho, sendo vários deles ao lado de profissionais consagrados, como Sergio Mamberti, Raul Cortez, Renata Melo, Maurício Paroni de Castro, Rosi Campos, Maria Della Costa e Clarisse Abujamra, entre outros. Também estendeu sua participação ao cinema, como figurinista e maquiadora em filmes de longa e curta metragens, que lhe renderam prêmios no Festival de Gramado e em outros festivais internacionais. “Festa”, de Ugo Giorgetti; “A Mulher do Atirador de Facas”, de Nilson Villas Boas, e “Arabesco”, de Eliane Caffé, são alguns deles.

 

Em 1997, recebeu o Prêmio Coca-Cola de Teatro Jovem como melhor figurinista por “O Palácio Não Acorda”, da Cia. Nau de Ícaros. O reconhecimento por seu trabalho se repetiu em 1999, quando foi premiada pelo Festival de Teatro do Colégio Madre Mazzarello, e em 2005, pelo 8º Festival Nacional de Teatro de Americana.

 

Também participou do Festival de Ópera de Manaus, na ópera de autoria de Roger Waters, “Ça Ira”. Em 2007, junto com a pesquisadora Karin Thrall, organizou o livro “Artes Cênicas sem Fronteiras”. 

 

Na SP Escola de Teatro

Este longo caminho trilhado por Adriana fez com que ela chegasse à SP Escola de Teatro logo no início das atividades da Instituição. No entanto, ela observa que a ligação com os coordenadores e formadores vem de longa data. 

 

“Como trabalho com teatro há décadas, já conhecia todos os artistas da Escola. Inclusive, trabalhei com alguns deles. Por exemplo, os Parlapatões (grupo cofundado por Raul Barretto, coordenador do curso de Humor). Criei os figurinos de várias peças deles, como é o caso do espetáculo que eles estão reestreando agora, [email protected]”, afirma.

 

No semestre passado, Adriana era artista convidada do curso de Cenografia e Figurino, até que o coordenador J.C Serroni a convidou para acompanhar mais de perto os aprendizes do Módulo Azul, como artista residente. Esse contato, em sua opinião, possibilita uma troca de experiências essencial para sua pesquisa. “Este espaço é de grande importância, pois posso apresentar minhas ideias e discuti-las com os futuros profissionais da minha área. Falar diretamente para quem está se formando figurinista é um privilégio que busco há anos em minha carreira.”

 

Em sua passagem pela Instituição, a artista convidada já ministrou aulas de maquiagem para os aprendizes de Atuação, um curso de Extensão Cultural sobre maquiagem cênica e, ainda, aulas de design de aparência de atores para o curso de Direção, cuja área corresponde à sua pesquisa de Doutorado. Segundo ela, o projeto pedagógico foi um dos pontos que a motivou a fazer parte do corpo docente da Escola.

 

“Gosto muito do projeto pedagógico. Sobretudo pelo fato de haver formação para outras áreas das artes cênicas, a SP se destaca no cenário brasileiro nesse âmbito educacional. Também acho que o processo seletivo que é aplicado aqui tem trazido excelentes aprendizes/artistas”, comenta.

 

Para este novo Módulo, Adriana guarda expectativas positivas. “Espero realizar um excelente trabalho junto aos aprendizes e poder transmitir um pouco da minha experiência para eles. Tenho certeza que faremos todos, aprendizes e formadores das oito áreas do Módulo Azul, uma viagem maravilhosa! Evoé!”

 

 

Texto: Felipe Del