A arte de representar diferentes personagens requer muito preparo, é uma busca ininterrupta e cheia de desafios. No curso de Atuação da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, durante este semestre, os estudos dos Módulos Azul (tarde) e Verde (manhã) trazem elementos que vão instigar os aprendizes a interagir com diversas linguagens e a refletir sobre a relação do ator com o mundo.
O coordenador do curso, Francisco Medeiros, explica que o Módulo Azul deverá ser encarado pelos aprendizes como uma busca inquieta. “É muito difícil você conseguir uma linguagem pura, um estilo puro. Isso só acontece de forma teórica. Na prática, a gente não pode esquecer que estamos falando de um mundo em que as fronteiras são atenuadas. Por isso, o Módulo Azul preza pelo constante hibridismo, mantendo os aprendizes e a Escola num estado de porosidade, abertos às fronteiras e contatos. Oferece a oportunidade de radicalizar, de sermos pegos de surpresa por nós mesmos.”
Já o Módulo Verde vai trazer a reflexão sobre a função da arte na sociedade e, portanto, do artista nela inserido. “O Módulo Verde vai ser um momento lindo para a SP. Acreditamos que o artista precisa manter contato com o mundo em que vive. Um ator não se forma fechado e esse Módulo vai trazer essa questão de maneira contundente.”
Além de toda essa inquietação, Medeiros acredita que o inverso também é importante. Ele afirma que, muitas vezes, o ator deve se voltar para dentro de si. “O artista precisa estar em diversos ambientes, então essa busca também passa pelo silêncio”, finaliza.
Texto: Leandro Nunes