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Novidades até no Corredor

Publicado em: 24/02/2011 |

Uma atividade realizada pelo dramaturgo Newton Moreno com a primeira turma do Curso de Dramaturgia da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, em 2010, inspirou funcionários a promover a noção de pertencimento e territorialidade no espaço físico da Escola.
 

Desse modo, um Varal Dramático foi instalado nos corredores da Instituição com poesias de diversos autores, perfil dos novos aprendizes e textos dos vencedores do concurso cultural MiniDrama, realizado, por meio do twitter da SP Escola de Teatro, em setembro de 2010.
 

Essa espécie de brincadeira nasceu de uma provocação feita por Ivam Cabral, diretor executivo da Escola, que incentivou os funcionários a criar ondas de incentivo a favor da cidadania baseados nas práticas, ideias e planos que fazem valer as ações e pensamentos da estrutura artístico-pedagógica da Instituição.
 

Ao todo, 51 textos, de 140 caracteres cada, selecionados por uma comissão julgadora de peso, composta por dramaturgos como Sérgio Roveri, Noemi Marinho, Marici Salomão e Otávio Martins, 195 perfis dos novos aprendizes, além de aproximadamente 15 poesias de autores como Fernando Pessoa, Adélia Prado e Carlos Drummond de Andrade atraem os olhares de todos que caminham pelos corredores.
 

“Achei muito legal. Gostei da seleção dos MiniDramas. São textos dramáticos e cômicos e a gente se diverte lendo”, afirma Josiane Silva de Souza, aprendiz de Humor.
 

“O projeto vai de encontro com o modo como é feita a lista de aprovados da Escola, que é ótimo, pois mostra a personalidade e gosto de cada pessoa que faz parte desse lugar”, revela Joaquim Gama, coordenador pedagógico.
 

A iniciativa perpassa na noção de pertencimento do pedagogo Paulo Freire e, também, do geógrafo Milton Santos, conceitos que estão no  escopo do Plano Político-Pedagógico da SP Escola de Teatro, segundo Gama. “Aí está a ideia da escola alegre onde se constrói um espaço além da sala de aula”, conclui.
 

Confira abaixo uma das poesias penduradas no Varal Dramático.

Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada.
A recordação é uma traição à natureza,
Porque a natureza de ontem não é natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.
Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!
A. Caeiro