Um dos maiores e mais importantes artistas da história da música brasileira, o sambista, cantor e compositor Noel Rosa, tem sua vida contada no espetáculo “Noel Rosa, o Poeta da Vila e Seus Amores” que, após ser apresentado em diversas cidades do Brasil, reestreia no Espaço Parlapatões, em São Paulo, dia 24 de março.
Com texto de Plínio Marcos e direção de Dagoberto Feliz, a peça passeia pela história de Noel Rosa, traz diversas músicas de sua carreira e convida o público a entrar no clima dos botequins cariocas, um dos ambientes favoritos do artista.
Os fragmentos da história do compositor são narrados de forma não linear durante o espetáculo. Mulheres como a mãe de Noel, as damas que abalaram seu coração e Araci de Almeida e Marília Batista, suas intérpretes favoritas, protagonizam uma espécie de delírio, que recria o clima boêmio da era do rádio e dos grandes carnavais e cabarés, típicos dos arredores dos Arcos da Lapa, na capital carioca.
O enredo da peça parte de texto originalmente escrito por Plínio Marcos, entretanto, para levar o espetáculo para um caminho mais fantasioso, algumas cenas, interpretadas ora por atores ora por músicos, foram ambientadas em locais diferentes dos propostos pelo dramaturgo. “Gosto de atores que cantem e músicos que representem. O trabalho acaba não ficando complexo quando essas diferenças de formação são consideradas só técnicas e não na encenação em si”, afirma Dagoberto Feliz.
Com foco especial em canções que marcaram a carreira do compositor e cronista brasileiro, a montagem busca um caminho de maior interação com o público. Pelo espaço cênico são espalhadas mesas e cadeiras, nas quais os espectadores são convidados a se acomodar e a degustar acepipes e bebidas. “O espetáculo pretende fazer com que o público se sinta quase que nos bares e locais em que Noel Rosa transitou. É uma aproximação ‘fantástica’ do universo boêmio”, conta o diretor.
Nasce, então, um cenário de botequim ou cabaré, que envolve atores e público no mesmo universo de nomes como o radialista Casé e o sambista Wilson Batista, personagens que emolduram o Rio de Janeiro da década de 30. Com o sambista, inclusive, Noel foi protagonista de uma curiosa polêmica travada por meio de canções. Os dois compositores atacavam-se mutuamente em sambas agressivos e bem-humorados, que renderam clássicos da música brasileira como “Feitiço da Vila” e “Palpite Infeliz”. Essas e outras histórias estão presentes no espetáculo.
Serviço:
“Noel Rosa, o Poeta da Vila e Seus Amores”
Reestreia: Quinta-feira (24/03)
Horário: 21 horas
Local: Espaço Parlapatões
Endereço: Praça Franklin Roosevelt, 158 – Centro.
Informações: (11) 3258.4449