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Nitis Jacon por Maria Fernanda Coelho

Publicado em: 28/03/2012 |

Tarefa delicada falar de Nitis Jacon. Falar de uma mestra em tempos, para mim, sem referências, em tempos sem mestres. Nitis é atriz, diretora, dramaturga, psiquiatra, gestora cultural e, acima de tudo, uma sonhadora. Sonhou, junto com jovens e abusados atores do Grupo Proteu, fazer teatro de qualidade no interior do Paraná e assim fez, levando nossos espetáculos para todo o Brasil e para o exterior. 

 

Sonhou transformar um festival universitário em uma janela para o mundo e criou o Festival Internacional de Londrina (Filo). Ali, havia a nossa marca, um festival organizado por atores, com uma grade de programação ousada que apostava no novo, no inusitado. Nitis me levou pelas mãos dos 17 aos 40 anos. Com ela, aprendi o sentido da colaboração, em uma época em que nem se falava em teatro colaborativo. 

 

Descobri que a força e a determinação é capaz de encontrar atalhos nos labirintos burocráticos, em busca de apoio para a concretização de sonhos. Hoje, Nitis e eu mantemos pouco contato, nossos caminhos tomaram rumos distintos, mas a levo comigo quando ainda insisto em realizar projetos que se assemelham a sonhos e ainda posso ouvir sua voz firme dizendo: “aqui não tem teste para entrar, mas sim, teste para ficar”. De uma forma ou de outra, acho que passei no teste, até porque estou aqui, a escrever, cheia de emoção e nostalgia, sobre uma mestra que jamais morrerá em mim.

 

 

Veja os verbetes de Maria Fernanda Coelho e Nitis Jacon na Teatropédia.

 

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